As organizações do campo e da cidade perdem mais um companheiro para o ódio e a violência homofóbica. Exigimos justiça!
Nesta manhã de sábado, fomos surpreendidos/as com a triste notícia do assassinato do companheiro Sandro Cipriano – ou Sandro do Serta, como era carinhosamente conhecido em Pombos, sua cidade natal, e em Pernambuco.
Quem matou Sandro Cipriano?
O Serta – Serviço de Tecnologia Alternativa – é uma organização da sociedade civil que forma jovens, educadores/as e produtores/as familiares para atuarem na transformação das circunstâncias econômicas, sociais, ambientais, culturais e políticas, e na promoção do desenvolvimento sustentável, com foco no campo. Foi no Serta que Sandro passou de educando a educador.
Além de professor, Sandro era coordenador estadual e membro do conselho diretor nacional da Abong – Associação Brasileira de ONGs, membro do Grupo Sete Cores de Pombos, ex-conselheiro nacional da juventude (Conjuve), ex-conselheiro estadual de políticas públicas de juventude em Pernambuco e, há mais de uma década, um guerreiro incansável pela efetivação dos direitos das juventudes, em especial da Bacia do Goitá e do Sertão de Moxotó.
Sua morte, motivada por ódio e homofobia, é o retrato do Brasil que exclui, estigmatiza e assassina pessoas que defendem direitos e LGBTs.
A violência é um fator histórico que sempre atentou contra a vida daqueles/as que defendem os direitos fundamentais. Lembremos Martin Luther King, Dorothy Stang, Manoel Mattos, Margarida Alves e a própria Marielle Franco, dentre outros ativistas que foram assassinados em decorrência de seu exercício político.
Só nos primeiros cinco meses deste ano, o relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB) aponta que o Brasil registrou 141 mortes de pessoas LGBTs. Segundo a entidade, foram 126 homicídios e 15 suicídios, o que representa a média de uma morte a cada 23 horas.
Esse é um momento de muita tristeza e indignação e nada trará nosso companheiro de volta, mas exigimos das autoridades pernambucanas o rigor necessário para a apuração deste crime.
Perde sua família e seus amigos/as mais próximos, mas perdemos todos/as nós e a própria democracia brasileira.
Seu assassinato interrompe uma vida de sonhos e luta por justiça social.
Toda nossa solidariedade à família e o desejo que sejam confortados/as em sua dor.
Sandro, presente! Hoje e sempre!
Abong – Associação Brasileira de ONGs
ABGLT – A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos
Abong/PE
Ação Educativa
Amotrans
Assessoar
Associação Cultural e Beneficente Revolution Reggae / Coité Bahia.
CAMP – Escola de Cidadania
CAUS – Cooperativa Arquitetura, Urbanismo e Sociedade
CDHEP/São Paulo
Ceca/BA – Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente
Cecup – Centro de Educação e Cultura Popular
Centro de Defesa do Negro no Pará
Centro de Defesa dos Direitos Humanos e Educação Popular do Acre -CDDHEP
Cese
Cidadania Feminina
Coletivas
Coletivo das Defensoras de Direitos Humanos
Coletivo Força Tururu
Coletivo M1
Coletivo Massapê
Conselho Estadual LGBT de Pernambuco
CRESS-PE – Conselho Regional de Serviço Social de Pernambuco
COPPA – Rede de Coletivos Populares do Paulista
Elo Ligação e Organização
Escambo Coletivo
Escola de Formação Quilombo dos Palmares
FDCA Bahia – Fórum Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente
Fórum de Mulheres de Pernambuco
Fórum LGBT Pernambuco
FLD – Fundação Luterana de Diaconia
GEMA – Núcleo de Estudos em Gênero e Masculinidade
Grupo de Mulheres Cidadania Feminina
Ibase
Idesab – Instituto de Desenvolvimento Socioambiental/Juazeiro
Inesc
Instituto Feminista para Democracia.
Instituto IDhES
Instituto José Ricardo pelo bem da Diversidade
Instituto Papai
Instituto PARRHESIA Erga Omnes
LBL – Liga Brasileira de Lésbicas
MNDH
MNDH-PR
Movimento Xingu Vivo
Movimento de Mulheres do Campo e Cidade de Altamira
Movimento Mães pela Igualdade de Pernambuco
MNDH – Movimento Nacional de Direitos Humanos
Movimento Xingu Vivo Para Sempre
Nuances – Grupo pela Livre Expressão Sexual
Observatório Popular de Maranguape 1
Odara Instituto da Mulher Negra
Rede Acreana de Mulheres e Homens
Rede da Mata da Atlântica
Rede de Mulheres Negras de Pernambuco
Rede GTA
SINDSIFPE – Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica
SMDH
Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos
SOS Corpo
Unegro – União de Negras e Negros Pela Igualdade
Unipop -Instituto Universidade Popular
Vida Brasil
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Andrea Rodrigues Marques Guimarães, professora, Belo Horizonte
Aurelina de Jesus Cruz Carias, professora Duque de Caxias (RJ)
Celso Carias, teólogo, professor PUC-Rio
Cesar Kuzma, teólogo, professor PUC-Rio
Chico Alencar, historiador, professor UFRJ, ex-deputado federal
Cláudio Ribeiro, teólogo, pastor, Rio de Janeiro
Edson Fernando de Almeida, psicólogo, pastor (Juiz de Fora, MG)
Edward Guimarães, teólogo, PUC-MG
Erika Glória dos Santos, pedagoga, Rio de Janeiro
Francisco de Aquino Junior, teólogo, professor (Ceará)
Frei Betto, teólogo, escritor
Iser Assessoria, ONG Rio de Janeiro
Ivo Lesbaupin, sociólogo, professor UFRJ
José Oscar Beozzo, historiador, diretor do CESEEP (Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular, São Paulo
Leonardo Boff, teólogo, escritor, Araras (RJ)
Lúcia Ribeiro, socióloga, Rio de Janeiro
Luiz Alberto Gómez de Souza, sociólogo, Rio de Janeiro
Magali Cunha, teóloga, pastora, Rio de Janeiro
Marcelo Barros, teólogo, escritor (Recife, PE)
Márcia Miranda, professora, Centro de Defesa dos Direitos Humanos (Petrópolis, RJ)
Maria Clara Bingemer, teóloga, professora PUC-Rio
Maria Helena Arrochellas, diretora do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade(CAAL)
Maria Sarah da Silva Telles, socióloga, professora PUC-Rio
Maria Tereza Sartório, assistente social, Juiz de Fora (MG)
Névio Fiorin, teólogo, Rio de Janeiro
Pedro Ribeiro de Oliveira, sociólogo, Juiz de Fora (MG)
Rosemary Fernandes da Costa, professora PUC-Rio
Sinivaldo Tavares, teólogo, professor Belo Horizonte (MG)
Solange Rodrigues, socióloga, Rio de Janeiro
Tereza Cavalcanti, teóloga, professora PUC-Rio
Brasil, 29 de junho de 2019