NOTA PÚBLICA – EM DEFESA DO BRASIL: CHEGA DE BOLSONARO!

A Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais – Abong, articulação nacional que congrega mais de 250 organizações da sociedade civil de defesa de direitos e dos bens comuns, vem a público externar sua profunda inconformidade com o pronunciamento do Presidente da República na Assembleia Geral da ONU ocorrida no dia de ontem.

O chefe maior do Estado brasileiro fez declarações descabidas, sem qualquer rigor científico ou senso de realidade, tratando o momento cruel em que vivemos como uma questão de opinião, de posicionamento político ou de engajamento ideológico.

É verdade que o Brasil sempre foi um país profundamente desigual. É verdade que sempre houve desmatamento na Amazônia, queimadas no Pantanal e problemas ambientais. Também é verdade que o país convive há décadas com doenças endêmicas, incuráveis e que custam milhares de vidas anualmente. Mas também é verdade que os sucessivos governos, desde 1989, nunca negaram esses fatos, nem jogaram a culpa nas ONGs e nos movimentos sociais, justamente os setores da sociedade que lutam contra esses graves problemas. É também verdade que, uns governos mais e outros menos, sempre buscaram construir políticas de fiscalização, proteção e redução dos danos causados por esses dilemas sociais que nascem da profunda desigualdade que perdura em nosso país. Por isso, não é crível que o atual Presidente da República, no espaço internacional mais elevado, envergonhe a nação com afirmações inverídicas, improváveis e incabíveis.

É preciso alertar a sociedade brasileira de que a lógica do pensamento do Presidente Bolsonaro e de seus/suas seguidores/as é muito grave porque tenta descaracterizar a realidade criando inimigos/as imaginários/as e provocando um ambiente de guerra interna, onde não há espaço para a denúncia, para a cobrança política ou para qualquer medida capaz de buscar saídas para os problemas coletivos.

É triste reconhecer que o Presidente Bolsonaro não quer encontrar saídas mas sim provocar a divisão e a desordem social. Por isso, ele não tem qualquer escrúpulo em culpar os povos indígenas e ribeirinhos pelas queimadas na Amazônia, os/as pequenos/as agricultores/as pelas queimadas no Pantanal, os/as governadores/as e prefeitos/as pelas mais de 138 mil mortes por Covid-19 e os movimentos sociais e as ONGs pela péssima imagem do Brasil no exterior. Pior que isso, esta postura de se esquivar de suas responsabilidades é uma prática reconhecida como antidemocrática pois nega o pensamento do/a outro/a, sua legitimidade e sua própria existência.

Por isso, a Abong não pode se calar diante desta postura infame do chefe maior da nação brasileira. Exigimos que os demais poderes públicos constituídos assumam suas responsabilidades com altivez e cumpram com seu papel, exigindo a imediata mudança das posturas e políticas irresponsáveis do atual mandatário da nação e que, caso isso não ocorra, tomem as medidas constitucionais cabíveis para que sejam cessadas as mortes de brasileiros e brasileiras, os crimes ambientais e a irresponsabilidade no cuidado com o patrimônio nacional.

No mais, a Abong afirma que seguirá cerrando fileiras contra este desgoverno irresponsável já que as milhares de vidas de brasileiras/os, dos milhares de animais silvestres e a extinção de nossos ambientes naturais são um preço muito alto para ser pago sem luta.

Pela vida acima da mentira, pela preservação acima da destruição!

 

#SomosTodasONGs

#ForaBolsonaro

Diretoria Executiva

Escritório Nacional da Abong

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PUBLIC STATEMENT

IN DEFENSE OF BRAZIL: NO MORE BOLSONARO!

The Brazilian Association of Non-Governmental Organizations – Abong, a national organization that involves more than 250 civil society organizations for the defense of rights and common goods, publishes its deep disagreement with the statement by the President of the Republic at the UN General Assembly that took place yesterday.

The chief of the Brazilian State made unreasonable statements, without any scientific rigor or sense of reality, treating the cruel moment in which we live as a matter of opinion, political positioning or ideological engagement.

It is true that Brazil has always been a deeply unequal country. It is true that there has always been deforestation in the Amazon, burning in the Pantanal and environmental problems. It is also true that the country has lived for decades with endemic, incurable diseases that cost thousands of lives annually. But it is also true that successive governments, since 1989, have never denied these facts, nor have they blamed NGOs and social movements, precisely the sectors of society that struggle against these serious problems. It is also true that governments, some more and others less, have always sought to build policies to inspect, protect and reduce the damage caused by these social dilemmas that arise from the deep inequality that endures in our country. For this reason, it is not credible that the current President of the Republic, in the highest international space, embarrass the nation with untrue, improbable and unavoidable statements.

It is necessary to alert the Brazilian society that the logic of the thought of President Bolsonaro and his followers is very serious because it tries to mischaracterize reality by creating imaginary enemies and causing an internal war environment, where there is no space for denunciation, accountability or for any measure capable of seeking solutions to collective problems.

It is sad to recognize that President Bolsonaro does not want to find solutions, but provoke division and social disorder. For this reason, he has no qualms about blaming indigenous and riverside peoples for burning in the Amazon, small farmers for burning in the Pantanal, governors and mayors for more than 138 thousand deaths by Covid-19 and social movements and NGOs for the terrible image of Brazil abroad. Worse than that, this attitude of avoiding your responsibilities is a practice recognized as undemocratic because it denies the other’s thinking, legitimacy and their very existence.

For this reason, Abong cannot remain silent in the face of this infamous posture of the greatest head of the Brazilian nation. We demand that the other constituted public powers assume their responsibilities with pride and fulfill their role, demanding the immediate change of the irresponsible attitudes and policies of the current president of the nation and, if this does not happen, take the appropriate constitutional measures to stop the deaths of Brazilians, the environmental crimes and the irresponsibility in caring for national heritage.

Furthermore, Abong will continue to struggle against this irresponsible mismanagement since the thousands of lives of Brazilians, thousands of wild animals and the extinction of our natural environments are too high a price to be paid without a fight.

For life above lies, for preservation above destruction!

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NOTA PÚBLICA

EN DEFENSA DE BRASIL: ¡NO MÁS BOLSONARO!

La Asociación Brasileña de Organizaciones No Gubernamentales – Abong, organización nacional que agrupa a más de 250 organizaciones de la sociedad civil para la defensa de los derechos y bienes comunes, publica su profundo desacuerdo con la declaración del Presidente de la República en la Asamblea General de la ONU que tuvo lugar ayer.

El jefe del Estado brasileño hizo declaraciones irrazonables, sin ningún rigor científico ni sentido de la realidad, tratando el cruel momento que vivimos como una cuestión de opinión, posicionamiento político o compromiso ideológico.

Es cierto que Brasil siempre ha sido un país profundamente desigual. Es cierto que siempre ha habido deforestación en la Amazonía, quema en el Pantanal y problemas ambientales. También es cierto que el país vive desde hace décadas con enfermedades endémicas e incurables que cuestan miles de vidas anualmente. Pero también es cierto que los sucesivos gobiernos, desde 1989, nunca han negado estos hechos, ni han culpado a las ONG y los movimientos sociales, precisamente los sectores de la sociedad que luchan contra estos graves problemas. También es cierto que los gobiernos, unos más y otros menos, siempre han buscado construir políticas para fiscalizar, proteger y reducir el daño que provocan estos dilemas sociales que surgen de la profunda desigualdad que perdura en nuestro país. Por eso, no es creíble que el actual Presidente de la República, en el más alto espacio internacional, avergüence a la nación con declaraciones falsas, improbables e ineludibles.

Es necesario alertar a la sociedad brasileña que la lógica del pensamiento del presidente Bolsonaro y sus seguidores es muy seria porque intenta caracterizar mal la realidad creando enemigos imaginarios y provocando un ambiente de guerra interna, donde no hay espacio para la denuncia, para la cobranza política o para cualquier medida capaz de buscar soluciones a problemas colectivos.

Es triste reconocer que el presidente Bolsonaro no quiere encontrar salidas, sino provocar división y desorden social. Por ello, no tiene reparos en culpar a los pueblos indígenas y ribereños por la quema en la Amazonía, a los campesinos por la quema en el Pantanal, a gobernadores y alcaldes por más de 138 mil muertes por Covid-19 y movimientos sociales y ONG por la terrible imagen de Brasil en el exterior. Peor que eso, esta actitud de eludir tus responsabilidades es una práctica reconocida como antidemocrática porque niega el pensamiento del otro, su legitimidad y su propia existencia.

Por eso, Abong no puede permanecer en silencio ante esta infame postura del más grande jefe de la nación brasileña. Exigimos que los demás poderes públicos constituidos asuman con orgullo sus responsabilidades y cumplan su rol, exigiendo el cambio inmediato de las actitudes y políticas irresponsables del actual presidente de la nación y, si esto no ocurre, tomen las medidas constitucionales oportunas para que el muertes de brasileños, delitos ambientales e irresponsabilidad en el cuidado del patrimonio nacional.

Además, Abong seguirá cerrando filas contra esta mala gestión irresponsable ya que las miles de vidas de brasileños, miles de animales salvajes y la extinción de nuestros entornos naturales son un precio demasiado alto para pagar sin luchar.

¡Por la vida por encima de la mentira, por la preservación por encima de la destrucción!

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