OSCs entregam carta à Equipe de Transição do Governo Lula-Alckmin

A DEMOCRACIA QUE QUEREMOS 

Carta à Equipe de Transição do Governo Lula-Alckmin

Nós, organizações da sociedade civil, abaixo-assinadas, reunidas em Brasília, nos dias 10 e 11 de novembro de 2022, a fim de avaliar os desafios da incidência no Parlamento para os próximos quatro anos, apresentamos respeitosamente à Equipe de Transição do Governo Lula-Alckmin algumas considerações, preocupações e demandas urgentes, relativas ao período que antecede a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e os primeiros dias de exercício do seu mandato.

Somos organizações do campo popular democrático da esquerda, que atuamos em diversas agendas de defesa de direitos, tais como: socioambientais, territoriais, segurança alimentar e nutricional, educação, saúde, afirmação da diversidade religiosa e cultural, mulheres, população LGBTQIA+, juventudes, povo negro, mulheres negras, quilombolas, ribeirinhos, povos indígenas, sem terra, sem teto, pessoas com deficiência, população em situação de rua, comunidades pesqueiras, população do campo e da cidade.

Participamos ativamente da resistência ao golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, lutamos pela liberação do presidente Lula, mobilizamo-nos pela cassação do mandato de Bolsonaro e Mourão, e levamos à recente campanha eleitoral a energia de nossa diversidade, a coragem e a garra de nossa vida sofrida e cotidianamente violentada.

Nos últimos quatro anos, sobrevivemos para resistir e resistimos para existir. Denunciamos diariamente os crimes cometidos por Jair Bolsonaro e seus aliados. Também nos organizamos nos territórios, junto aos movimentos sociais, para acolher o povo abandonado pelo governo durante a pandemia da Covid-19. Foram tempos de terror e perversidade, pois sabemos – e a CPI da Covid comprovou – que os mais afetados pela gestão criminosa da pandemia foram as mulheres, os profissionais da saúde, as trabalhadoras domésticas, a população negra, os povos indígenas, as comunidades quilombolas, a população idosa, as pessoas em situação de rua, os trabalhadores e as trabalhadoras dos transportes coletivos e da limpeza. Criamos barreiras nos territórios tradicionais para evitar a chegada do vírus e atuamos em redes de solidariedade para garantir o acesso a máscaras, materiais de higiene, remédios e comida para a população vulnerabilizada. Trabalhamos na linha de frente pelo Auxílio Emergencial, realizamos atos inter-religiosos em memória das vítimas da Covid-19 e acolhemos a dor das famílias enlutadas.

Na campanha eleitoral de 2022, o povo negro, as juventudes, as mulheres – sobretudo as mulheres negras – e a população LGBTQIA+, das amplas periferias deste País, tiveram papel fundamental, seja porque se negaram a votar em Jair Bolsonaro, como demonstraram todas as pesquisas, seja porque conseguiram animar a consciência social com a esperança de um Brasil melhor. Enfrentamos a violência política com nossos corpos e a solidariedade de nossos movimentos. Verificamos, na luta, que é necessária e urgente a reforma do sistema político, visto que as alterações na legislação eleitoral têm sido realizadas para fortalecer ainda mais o poder oligárquico.

Fizemos a campanha e votamos na Frente Ampla (amplíssima) coordenada por Lula, pois sabíamos que seria a melhor opção para o Brasil. Sem menosprezar a conquista de algumas cadeiras a mais no Congresso e nas Assembleias, a representatividade de mulheres, pessoas negras, indígenas e nordestinas está muito aquém do que seria possível ser construído, mesmo na Equipe de Transição.

Na plenária que acabamos de realizar, construímos o consenso de que é preciso que o novo governo compreenda ser a defesa da democracia um projeto, não um dado objetivo alcançado após a eleição. Serão anos difíceis, e nós seremos a base de apoio desse projeto. Assim, consideramos que – em um governo de concertação – é fundamental demarcar o campo de negociações. Afinal, sempre que houve acordos com setores oligárquicos, financeiros e empresariais, com a direita e com setores fundamentalistas das igrejas, os interesses dos mais pobres, da população negra, das mulheres, da população LGBTQIA+, dos povos indígenas, das pessoas com deficiências e das classes trabalhadoras foram os primeiros a serem rifados e excluídos.

Lembramos que a retirada de direitos e a política de morte são a marca dos últimos anos. Agora basta! Queremos o compromisso do novo governo com os direitos humanos e com a restituição de nossos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais. A Equipe de Transição, em nome do Presidente da República eleito, precisa dizer que irá cumprir e respeitar as leis brasileiras e os acordos internacionais que garantem direitos aos povos indígenas e às comunidades tradicionais, à população negra, às mulheres, às pessoas com deficiências, aos povos das florestas, às comunidades quilombolas e às de Terreiros, às pessoas LGBTQIA+, às trabalhadoras e aos trabalhadores. 

O caminho para a constituição do Estado laico e de respeito a todas as espiritualidades deve ser ampliado e percorrido sem privilégios nem exclusões. É preciso ter em mente que a baliza do Estado Democrático de Direito é a Constituição da República, não os textos das tradições religiosas.

Não há como construir o retorno à trajetória de enraizamento da democracia sem restituir as políticas públicas que garantam a participação social nos processos decisórios, incluindo os relacionados às finanças públicas. Por isso, impõe-se não só dar fim ao Teto de Gastos e rever as demais regras fiscais, como ainda revogar imediatamente todos os decretos e atos normativos infralegais que desvirtuam e limitam os direitos e a execução de políticas públicas democráticas. 

Ademais, urge responsabilizar todos aqueles que cometeram crimes contra a vida e a democracia nos anos recentes de necropolítica, particularmente os agentes públicos. Rejeitamos a ideia de anistia, não por vingança, mas por justiça. A experiência ainda candente de flerte com o fascismo nos indica que a retomada da construção da democracia no Brasil deve sepultar a velha tradição política de premiar os algozes, como aconteceu com os senhores de engenho quando da falsa abolição da escravidão e com os torturadores no fim da ditadura militar. Por isso, é fundamental que o novo governo se contraponha à tese da anistia para a gestão federal moribunda, zelando para que o sistema de justiça imprima celeridade ao julgamento dos responsáveis pelo genocídio durante a pandemia, respeitando-se os limites do estado democrático de direito. 

De modo idêntico, rechaçamos o uso do direito como arma de guerra, que persegue as pessoas impondo-lhes punição seletiva por conta da raça, do gênero, da situação de pobreza ou da filiação partidária. Impõe-se que o novo governo assuma, também, o compromisso de combater o encarceramento em massa e de adotar uma política de drogas mais consequente, pondo fim ao genocídio e à brutal criminalização que devasta as vidas das juventudes e das mulheres negras, periféricas e empobrecidas em todo o País.

Não aceitaremos nenhum passo atrás do que estava estabelecido em 2016. Precisamos desarmar a população e retomar o enfrentamento à violência contra as mulheres, protegendo especialmente as mulheres negras e a população LGBTQIA+, vítimas preferenciais dos crimes de feminicídio. Precisamos resgatar os direitos trabalhistas e previdenciários, bem como os meios de existência das entidades sindicais e populares. A juventude merece ter esperança no futuro, sem trabalho precarizado, sem a exaustão de empregos informais e com a garantia de previdência social digna e de educação de qualidade. Mulheres e homens precisam receber a mesma remuneração por igual trabalho. A saúde de todas, todes e todos deve ser garantida, por meio de medidas que incluam jornadas de trabalho decentes, investimentos no Sistema Único de Saúde e respeito aos direitos sexuais e reprodutivos.

A democracia que queremos é inclusiva, generosa, caracterizada pela justiça social e está alerta. Os compromissos que buscamos junto ao novo governo são a base para a construção dela e um aceno verdadeiro da chegada da primavera. 

Brasília, 29 de novembro de 2022.

  1. Ação Educativa
  2. Articulação de Jovens Negras Feministas (ANJF) 
  3. Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) 
  4. Articulação de Negras Jovens Feministas  
  5. Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA)
  6. Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil (AMDH)  
  7. Artigo 19 – Brasil e América do Sul
  8. Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) 
  9. Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT)
  10.  Associação Brasileira de ONGs (ABONG) 
  11. Associação Brasileira de Pós- -Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO)
  12. Associação Brasileira de Saúde Coletiva
  13. Associação do Núcleo de Apoio e Valorização à Vida de Travestis, Transexuais e Transgênero do Distrito Federal e Entorno (ANAVTrans)
  14. Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA)
  15. Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento (ASSECOR)
  16. Campanha do Levante Feminista Contra o Feminicídio
  17. Campanha Nacional pelo Direito à Educação 
  18. Campanha Nem Presa Nem Morta (NPNM)
  19. Católicas pelo Direito de Decidir
  20. Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN)
  21. Centro de Documentação, Comunicação e Memória Afro Brasileira (IROHIN)
  22. Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA)
  23. Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (CENDHEC) – PE
  24. Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA)
  25. CLADEM Brasil (integrante do Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres)
  26. Coalizão Direitos Valem Mais
  27. Coalização em Defesa da Democracia
  28. Coalizão Negra por Direitos
  29. Coletiva Mahin Organização de Mulheres Negras para os Direitos Humanos 
  30. Coletivo Transforma MP 
  31. Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP)
  32. Comissão de Justiça e Paz de Brasília
  33. Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa 
  34. Conselho Federal de Psicologia (CFP) 
  35. Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) 
  36. Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP)
  37. Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) 
  38. Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) 
  39. ELO Ligação e Organização 
  40. FIAN Brasil (integrante da Rede de Informação e Ação pelo Direito de Alimentar-se)
  41.  Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana 
  42. Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (FONATRANS) 
  43. Fórum Ecumênico Brasil 
  44. Frente de Mulheres do Distrito Federal e Entorno 
  45. Frente de Mulheres Negras do Distrito Federal  
  46. Frente Nacional pela Legalização do Aborto 
  47. Fundação Luterana de Diaconia – Conselho de Missão entre Povos Indígenas – Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (FLD-COMIN-CAPA) 
  48. Geledés Instituto da Mulher Negra 
  49. Grupo Curumim Gestação e Parto 
  50. Grupo de Mulheres Negras Mãe Andreza do Maranhão 
  51. Instituto Alziras 
  52. Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) 
  53. Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC) 
  54. Instituto Mulheres da Amazônia (IMA) 
  55. Instituto Pólis 
  56. Instituto Socioambiental (ISA) 
  57. Instituto Universidade Popular (UNIPOP) 
  58. Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social 
  59. Koinonia Presença Ecumênica e Serviço 
  60. Marcha Mundial por Justiça Climática/Marcha Mundial do Clima
  61. Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia (MAMA) 
  62. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) 
  63. Movimento Negro Unificado (MNU) 
  64. N’ZINGA Coletivo de Mulheres Negras 
  65. Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA) 
  66. Organização de Cultura e Comunicação Alternativa (OCCA) 
  67. Outras Palavras
  68. Oxfam Brasil (integrante do Comitê de Oxford para o Alívio da Fome) 
  69. Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político 
  70. Plataforma por um Novo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (Plataforma MROSC)
  71. Processo de Articulação e Diálogo entre Agências Ecumênicas Europeias e Parceiros Brasileiros (PAD) 
  72. Rede de Desenvolvimento Humano (REDEH) 
  73. Rede de Mulheres Negras de Pernambuco 
  74. Rede de Mulheres Negras Evangélicas 
  75. Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos 
  76. Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA) 
  77. Rede Nacional de Negras e Negros Lésbicas, Gays, Bissexuais Travestis e Transexuais (Rede Afro LGBT) 
  78. Rede Nacional de Religiões AfroBrasileiras e Saúde (RENAFRO) 
  79. Teia Nacional Legislativa em Defesa dos Povos Tradicionais de Matriz Africana 
  80. Terra de Direitos 
  81. União Brasileira de Mulheres (UBM)

 

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Abong participa do podcast Pegada 2030 sobre o ODS 17

O assessor de incidência internacional da Abong, Pedro Bocca, foi um dos entrevistados do programa Pegada 2030, transmitido pela Rádio Frei Caneca FM, emissora pública de Recife. A 23ª edição encerrou a jornada por cada um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 17 (ODS 17), que trata sobre “Parcerias e Meios de Implementação”. 

“De maneira resumida, o ODS 17 fala sobre a condição de financiamento das ações que vão potencializar os outros ODS. É o entendimento que sem cooperação internacional, sem financiamento, sem parcerias estratégicas e econômicas é impossível cumpri-los. Apesar de não entrar tanto no trabalho do dia a dia das organizações, é fundamental para pensar indicadores e meios para que os países e a própria sociedade civil se comprometam com metas mínimas que ampliam e melhoram o processo de cooperação, parcerias e captação de recursos para que os demais objetivos sejam implementados”, explicou Pedro Bocca. 

O bate-papo também contou com a presença do gestor ambiental Luiz Roberto, que atua como gestor de Articulações Institucionais e Mudanças Climáticas na Prefeitura do Recife; e a gestora de projetos para sustentabilidade Patrícia Xavier, que atua como Líder do Climate Reality Brasil e diretora da ONG Intercidadania. Entre os temas abordados, um apanhado do cenário nacional do ODS, baseado no Relatório Luz e exemplos práticos de parcerias e meios de implementação no governo local e em organizações da sociedade civil.

O programa Pegada 2030 vai ao ar toda segunda-feira às 15h ou através do site da Frei Caneca FM (www.freicanecafm.org). Todas as emissões também estão disponíveis no Spotify. 

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Nota de apoio à companheira e liderança indígena, Jozileia Kaingang

Nós da Associação Brasileira de ONGs (ABONG), repudiamos os ataques racistas e misóginos deferidos à companheira e liderança indígena Jozileia Kaingang no último dia 18 de novembro, no âmbito de sua participação na COP 27 no Egito.

As páginas do facebook Aliança Luterana e Ali Anca Luter Ana compartilharam um vídeo em que Jozi fala sobre sua participação na COP 27 com uma legenda de conteúdo racista, seguida de mais comentários de usuários e seguidores também de conteúdos racistas e misóginos.

Jozileia atua como assessora de projetos no Conselho de Missão entre Povos Indígenas, FLD-COMIN. É mulher indígena da etnia Kaingang e integra a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade – ANMIGA e Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul – ARPINSUL.

Repudiamos todos os tipos de violências e crimes de ódio em forma de racismo e colonialismo direcionada aos povos originários.

As violências simbólicas, verbais ou físicas direcionadas aos povos originários não são escolhidas aleatoriamente, mas são feitas a partir da difamação dos saberes, das concepções de mundo e da religiosidade dos povos historicamente colonizados.

Não admitimos o questionamento de qualquer etnia baseadas em estereótipos e preconceitos. Junto a organizações, instituições e movimentos sociais parceiros – APIB, ARPINSUL, ANIMIGA, FLD, COMIN, ARPINSUL, solicitamos às autoridades responsáveis que sejam tomadas as devidas providências e que os responsáveis sejam devidamente punidos.

Enviamos nossa solidariedade a Jozileia Kaingang e a Fundação Luterana de Diaconia (FLD), importante organização do mundo ecumênico e de defesa de direitos, do Estado Laico e da liberdade religiosa.

Nos colocamos à disposição, seguindo na luta pelo bem viver, contra o ódio e todas as formas de racismo e misoginia.

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NOTA DE REPÚDIO – CONTRA OS ATAQUES AO CENTRO DE FORMAÇÃO PAULO FREIRE.

A Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais – Pernambuco, repudia com
veemência as ações antidemocráticas, antirrepublicanas e ilegais praticadas contra o Centro de
Formação Paulo Freire, situado em Normandia, na cidade de Caruaru. Na ocasião, pessoas
trajadas com a camisa do Brasil, picharam as paredes do Centro de Formação com símbolos
neonazistas e atearam fogo na estrutura do espaço.

Entendemos que práticas como essas espelham o cenário de tensão e avanço da escala
conservadora/reacionária, desfavorável aos direitos humanos, que circunscrevem a realidade
brasileira há mais de seis anos. Realidade que tem colocado em cheque as conquistas
civilizatórias conquistadas a duras penas pela população brasileira a partir de seus processo de
redemocratização.

Esse fato torna-se ainda mais desprezível na medida em que reconhecemos o valioso trabalho
desenvolvido pelo Movimento dos Trabalhadores sem Terra – MST no combate a fome e a
insegurança alimentar em Pernambuco. Trabalho este que tem ocorrido em resposta ao
aumento exponencial da pobreza e das parcas políticas governamentais de enfrentamento a
esse cenário.

Enquanto órgão cuja missão é zelar pelo cumprimento dos direitos humanos, e monitorar a
implementação de políticas governamentais com esse foco, reforçamos a importância da devida
apuração, identificação dos atores e responsabilizações deste na forma da lei. Acreditamos que
a ausência de medida exemplar pode contribuir para que outras situações semelhantes ocorram
ao longo do tempo.

Na defesa da democracia, dos direitos humanos e pela responsabilização de quem os afrontar.
Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais, Pernambuco.

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ONGs pela Democracia: movimento articula ações para o 2° turno das eleições

Organizações da Sociedade Civil de todo o Brasil que atuam na defesa de direitos e da democracia foram convidadas a comporem a frente ampla “ONGs pela Democracia”, iniciativa que ocupará as redes e as ruas durante o 2º turno para lutar pela reconstrução de um Brasil radicalmente democrático. As organizações se encontraram presencialmente na sede da Ação Educativa, em São Paulo, e virtualmente com representantes em outras cidades, para coordenar iniciativas que possam ser tomadas pelas organizações de forma coletiva e cooperada, respondendo às questões: como podemos nos articular? E como mobilizamos ações públicas ocupando o espaço público?

A mobilização aconteceu na última sexta-feira (07/10) e contou com mais de 40 pessoas presencialmente e 50 participantes online para articular uma agenda em defesa da democracia e que possa dialogar com a população sobre a importância do voto, além de elaborar materiais informativos com as regras da justiça eleitoral para o voto em trânsito, quem pode votar no 2º turno,  entre outros serviços de apoio às eleitoras e eleitores.

 

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Confira as atividades da comitiva de OSCs na Europa

No mês de setembro, a Abong realizou importantes ações de incidência internacional dentro da Agenda Abong na Defesa da Democracia. Ao lado de outras organizações da sociedade civil brasileira, a associação esteve na Europa para uma série de ações que visavam denunciar os ataques ao sistema eleitoral e à democracia, o aumento da violência política e as violações a ativistas e organizações defensoras de direitos humanos no contexto eleitoral brasileiro. 

Em reunião com autoridades, as organizações também pediram que governos, instituições e organizações ajam para o rápido reconhecimento do resultado das eleições no Brasil, bem como para o reforço na confiabilidade do sistema eleitoral. Estas atividades reforçaram o papel da Abong como ator político representativo das OSCs em defesa de direitos, bens comuns e da democracia no Brasil, consolidando a importância de suas ações de incidência internacional, levando as demandas das OSCs brasileiras à atores internacionais e visibilizando sua agenda democrática. Confira os principais encontros da agenda:

Defesa dos Direitos Humanos e da Democracia no Contexto das Eleições no Brasil

No dia 12 de setembro, paralelamente à 51ª Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, as Organizações da Sociedade Civil organizaram um debate sobre Direitos Humanos e Democracia no Contexto das Eleições no Brasil. Participaram da mesa: Camila Asano, da Conectas; Sara Branco, do CEERT Equidade Racial e de Gênero; Keila Simpson, da Abong – Democracia, Direitos e Bens Comuns; e Paulo Lugon, da Comissão ARNS. O evento foi transmitido ao vivo e está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SZ5ODX-TqGk

 

Brasil: Luta pelos direitos indígenas e a preservação da Floresta Amazônica

Representantes da Abong em Berlim, Alemanha, participaram da manifestação contra o genocídio dos povos indígenas no Brasil. A ação, organizada pela Survival International, aconteceu no dia 05 de Setembro, Dia da Amazônia, no Portão de Brandemburgo, um dos pontos mais importantes da cidade. 

No dia seguinte, com a missão de denunciar e articular caminhos para a proteção de defensoras e defensores dos direitos humanos no Brasil, a comitiva de organizações da sociedade civil compareceu à sede da Fundação Pão Para o Mundo (PPM) para o evento “Brasil: Luta pelos direitos indígenas e a preservação da Floresta Amazônica”, que ressaltou o ataque do atual governo à Amazônia, aos povos indígenas e aos movimentos sociais.

A violência política que permeia o trabalho dos movimentos sociais e OSCs, assim como as perspectivas do campo sobre as eleições de outubro também estiveram na pauta do dia. O debate contou com a presença da ativista Alessandra Korap Munduruku, da Associação Indígena do Médio Tapajós – Parirí; Raione Lima, da Comissão Pastoral da Terra (CPT); Maria de Jesus dos Santos Gomes, do  Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); e a moderação da jornalista Andrea Dip, da Agência Pública de Jornalismo Investigativo. 

Organizações brasileiras denunciam na União Europeia ataques de Bolsonaro

A comitiva de organizações da sociedade civil brasileira visitou a sede da União Europeia (UE), em Bruxelas, para denunciar o aumento da violência política no país. Na ocasião, o grupo foi recebido por Veronique Lorenzo, chefe da Divisão de América do Sul do serviço diplomático da União Europeia. 

Também participaram da reunião: Stefaan Pauwels e Federico Zorzan, Desk Brazil, EEAS Americas 3, Blanca Ausejo e Domenica Bumma, Global VMR3 Human Rights. O encontro, que aconteceu 8 de setembro, contou com representantes da Abong, Artigo 19, Comissão Arns, Washington Brazil Office, Conectas, Plataforma CIPÓ, Ação Educativa, Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos, Coalizão Negra Por Direitos. 

No dia 9 de setembro, a diretora executiva da Abong, Keila Simpson, esteve em reunião no gabinete da vice-presidência da Comissão Europeia e com a Comissária de Valores e Transparência para afirmar os princípios do Estado de Direito, Direitos Humanos e Democracia. A missão internacional das Organizações da Sociedade Civil na Europa foi destaque nos principais jornais brasileiros. Confira alguns links:

Folha de S. Paulo (12/09/2022): Entidades denunciam à ONU ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral

Valor Econômico(14/09/2022): ONGs denunciam na ONU violência política e fake news na Eleição no Brasil

Dois Terços (13/09/2022): Keila Simpson participa da 51ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra

Hora do Povo (13/09/2022): Entidades denunciam à ONU ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro

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CIRAS: Programação da Semana da Acessibilidade e Inclusão 2022

Em 21 de setembro é comemorado o Dia Nacional da Luta da pessoa com Deficiência. 

Veja a programação que a CIRAS – Centro de Integração Raio de Sol preparou para a Semana da Acessibilidade e Inclusão 2022. 

PROGRAMAÇÃO SEMANA DA ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO

  • JOGOS CIDADÃOS: 
  • VÔLEI SENTADO
  • CORRIDA ORIENTADA COM OLHOS VENDADOS
  • JOGOS DE TABULEIRO PARA DEFICIENTES VISUAIS: DAMA, MEMÓRIA, JOGO DA VELHA E OUTROS
  • CORRIDA DE CADEIRA DE RODAS

 

  • EXIBIÇÃO DE VÍDEOS, CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS SOBRE INCLUSÃO DEBATE E PRODUÇÕES DE TEXTO E CARTAZES SOBRE O TEMA “ACESSIBILIDADE: DIREITO DE TODOS”  (SUGESTÃO DE TRABALHOS EM SALA DE AULA)

 

  • EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS: DESCOBRINDO SABORES, CHEIROS E TEXTURAS (NO PÁTIO)

 

  • DESAFIO: DESENHANDO COM OLHOS VENDADOS E COM OS BRAÇOS AMARRADOS, USANDO A BOCA E OS PÉS/ DESENHO CEGO, COM OS OLHOS VENDADOS

 

  • APRESENTAÇÃO DE MATERIAIS EM LIBRAS E BRAILLE, ALÉM DE APLICATIVOS E RECURSOS DE ACESSIBILIDADE NAS TECNOLOGIAS, COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

 

  • SUGESTÃO DE FILME: EXTRAORDINÁRIO

 

  • VISITA PROJETO ESTRELAS-DO-MAR

 

 

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Relatório Criminalização Burocrática: estratégias político-jurídicas, neoliberalismo e a atuação das OSCs

“Relatório Criminalização Burocrática: estratégias político-jurídicas, neoliberalismo e a atuação das OSCs”

Conheça o estudo realizado pela Abong sobre este tipo de ataque à Sociedade Civil que visa dificultar a captação de recursos, impor pagamentos indevidos ou mesmo gerar questionamentos sobre parcerias.

Você sabe como a Criminalização Burocrática afeta as OSCs?

Confira o “Relatório Criminalização Burocrática: estratégias político-jurídicas, neoliberalismo e a atuação das OSCs” realizado pela Abong e saiba mais sobre este tipo de ataque à Sociedade Civil.

 

Confira os resultados do estudo realizado pela Abong sobre os jogos burocráticos e administrativos contra indivíduos, organizações e movimentos sociais que visam dificultar a captação de recursos, impor pagamentos indevidos ou mesmo gerar questionamentos sobre parcerias.

A Sociedade Civil atua na defesa dos direitos humanos, dos direitos de grupos historicamente em processo de exclusão. Além disso, as OSCs cumprem um papel relevante na formulação, monitoramento e avaliação das políticas públicas e na defesa das liberdades. O processo de Criminalização Burocrática das OSCs coloca em risco a atuação da radicalização democrática.


Lançamento Nacional do Relatório de Criminalização Burocrática das OSCs 📣

Você sabia que as Fake News estão ajudando a destruir a Floresta Amazônica?

Notícias falsas, difamação e criminalização burocrática ameaçam a vida e o trabalho de ativistas, organizações da sociedade civil, iniciativas de proteção e preservação da vida e do ecossistema.

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Julho das Pretas 2022: Mulheres Negras transformando a realidade por meio das OSCs

A luta de mulheres negras também acontece por meio da Sociedade Civil!

Em julho, mês que marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional da Tereza de Benguela, é preciso reconhecer o trabalho ativo das mulheres negras em instituições, grupos e movimentos sociais para a construção de uma sociedade sem racismo, misoginia e radicalmente democrática. 

O compromisso e apoio à luta das mulheres negras começa dentro das organizações, coletivos e movimentos sociais. 

Os cargos de liderança refletem a diversidade que queremos ver no mundo ou reiteram as mesmas posições que combatemos? Que o #JulhoDasPretas seja um mês de celebração, mas também de reflexão, mudança e novas práticas!

A conquista de direitos das mulheres negras é fundamental para a radicalização da democracia que buscamos! ✊🏿✨ #julhodaspretas

Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional da Tereza de Benguela! (25 de julho).

Juntas recuperando tecnologias ancestrais 

Juntas construindo redes de apoio
Juntas ressignificando histórias
Juntas possibilitando pontes com o futuro
Juntas e Vivas!
Juntas e no Poder!
Juntas e transformando a realidade!

 

 

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Encontro do Conselho Diretor Abong 2022

O Conselho Diretor da Abong se reuniu em Salvador, Bahia, nos dias 15 e 16 de agosto para dialogar sobre processos, estruturar as próximas ações e iniciativas em defesa da democracia e das OSCs brasileiras.

Foram 2 dias de muita partilha, afeto e cuidado para uma construção coletiva do futuro que buscamos.

O evento contou as histórias e vivências de representantes de todas as estaduais da Abong e também com nossas Diretoras e Diretores Executivos.

Durante o encontro, também foi lançado o Perfil Abong 2021 e a publicação “Nossos Saberes: Práticas para Transformar o Mundo”.

Rememorando toda a potência de luta e afeto que aconteceu no 1° dia de Encontro do Conselho Diretor da Abong em Salvador.

A mesa de abertura sobre “Educação popular e os caminhos para o esperançar” contou com a mediação de Débora Rodrigues, diretora executiva da Abong e da Vida Brasil, e a presença de outras companheiras e companheiros de caminhada:

– Thiago Pereira, do IRPAA,
– Valdecir Nascimento, da Odara Instituto da Mulher Negra
– Keila Simpson, da Antra
– Alex Federie, da CDJBC.

Na ocasião, as associadas também ficaram sabendo um pouco mais sobre os próximos projetos da Escola de Formação da Abong.

Na segunda parte do encontro, foi a vez de mergulhar nas atribuições e papéis do Conselho Diretor, estruturar os eixos e GTs que vão direcionar a nossa ação rumo ao futuro que buscamos pelos próximos anos.

O dia foi encerrado com o lançamento do livro “Nossos Saberes: Práticas para Transformar o Mundo”, muita música e reivindicações no happy-hour “OSCs, Direitos e Democracia”, em que compartilhamos nossas bandeiras de luta para organizações parceiras, candidatas e candidatos das próximas eleições.

Fotos: Patrícia França

O último dia do Encontro do Conselho Diretor da Abong em Salvador começou com a mesa “Diálogo sobre eleições, democracia e o papel da Abong”, mediada pelas diretoras executivas Keila Simpson e Cibele Kuss.

Com a oportunidade de contar com a presença de defensoras e defensores dos Direitos Humanos de todo Brasil, a partilha de vivências e experiências de luta mostraram a importância do posicionamento das OSCs em relação às candidaturas comprometidas com a proteção à vida e aos territórios.

A potência da construção coletiva ainda gerou a proposição de dois novos GTs: Sustentabilidade e Diversidade Religiosa e Laicidade. Além do fortalecimento daqueles que já existem!

Os projetos e as estratégias para comunicação com as associadas e com o público que acompanha o trabalho da Abong e da sociedade civil também estiveram na pauta do dia.

O diretor-executivo da Abong, Henrique Frota, apresentou o planejamento para os próximos meses e todas e todos puderam conhecer um pouco mais sobre as associadas que compõem a rede de luta e cooperação da Abong com o lançamento do Perfil das Associadas, realizado a cada 3 anos.

Debate de ideias, informação, cooperação e luta, mas com muitos abraços, afeto e cuidado. Gratidão a todas e todos que construíram este momento que fortalecerá ações nos territórios. Vamos rumo ao futuro que buscamos! 

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