Projeto Sementes publica estudo: Responsabilização de empresas e a proteção de defensores de direitos humanos

O trabalho elaborado pelo Homa-Instituto de Direitos Humanos e Empresas, em parceria com as organizações promotoras do Projeto Sementes de Proteção de Defensores e Defensoras de Direitos Humanos aborda as dificuldades de se responsabilizar atores privados, especialmente empresas e empreendimentos por diversas formas de violências cometidas contra defensores e defensoras de Direitos Humanos, no Brasil.

O estudo demonstra como esse é um problema característico de sociedades do Sul Global, em especial latino-americanas, marcadas por graves conflitos, tanto no campo quanto nas cidades, e que refletem heranças de processos coloniais de dominação, e de redemocratização tardia ou instáveis, e que ainda mantém estruturas sociais marcadas por diferentes dimensões de desigualdade, seja de classe, raça ou gênero. Estas   estruturas sociais historicamente adoecidas reproduzem práticas de repressão que são dirigidas contra os atores que se dedicam ao combate de tais dinâmicas, tais como os defensores e defensoras de Direitos Humanos, os quais podem representar uma ameaça a interesses das elites locais nos territórios.

O trabalho retrata a importância do papel desempenhado historicamente pelos defensores e defensoras de Direitos Humanos, inclusive na consolidação dos patamares de proteção dos Direitos Humanos reconhecidos nos ordenamentos jurídicos nacionais, e também em diálogo com os marcos presentes regional e globalmente. Debruça-se, inicialmente, sobre o próprio conceito de defensores e defensoras, para, ao final, sugerir recomendações para o enfrentamento dos desafios existentes na atuação desses atores tão relevantes socialmente.

A partir dos dados apresentados no Relatório divulgado pelo Business and Human Rights Resource Centre (2023), observa-se que a maior parte das denúncias como assédio, intimidação, difamação, perseguição, prisão e morte ocorrem relacionadas às operações de projetos de empresas transnacionais (ETNs), principalmente dos setores de mineração, agronegócio; petróleo; gás e carvão; metal, aço e turismo. Assim, as estratégias das empresas transnacionais de organizarem seu processo produtivo e de governança corporativa por meio de cadeias globais de valor inclui uma lógica de violações de Direitos Humanos compreendidas como vantagens competitivas em territórios transfronteiriços, visando beneficiarem-se de ganhos sociais, no rebaixamento de salvaguardas de proteção dos Direitos Humanos, notadamente socioambientais. Tal cenário contribui para um quadro de impunidade sistêmica, para a qual contribui uma complexa relação entre os Estados que recepcionam tais empreendimentos e os atores privados, levando, ao fim e ao cabo a uma maior vulnerabilidade de indivíduos, grupos e comunidades habitantes dos territórios visados para a localização de tais atividades, assim como para as defensoras e defensores dos direitos potencialmente violados.

Fundamentado no conceito de “proteção popular” que vem sendo desenvolvido pelo Projeto Sementes,  e que se constitui como uma atuação integral que visa articular a proteção, a promoção e a reparação, preferencialmente nos territórios onde atuam as defensoras e defensores, o estudo apresenta um levantamento do avanço dos marcos específicos de proteção de defensoras e defensores, no âmbito regional e global, em razão das peculiaridades da atividade, contrapondo-se a diferentes  atores e interesses públicos e privados. Estes possíveis conflitos engendram uma complexidade de fatores, trazendo à tona a problematização de conceitos como soberania nacional, desenvolvimento, dependência internacional. Ou seja, a lógica de atração de investimentos externos diretos representados pelas empresas transnacionais no território nacional, cujo poder econômico e político, muitas vezes pode ser superior aos dos próprios Estados, pode configurar um desafio enorme para a preservação de direitos socioambientais e da integridade física e liberdade de atuação de defensoras e defensores.

Assim, o Brasil apresenta uma Política Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PNPDDH) que foi aprovada no Decreto n. 6044/2007, já modificado várias vezes, e regulamentado pela Portaria n. 507/2022. Entretanto, constata-se um aumento da violência contra defensoras e defensores nos últimos anos, tanto no campo quanto nas regiões urbanas, conforme demonstram relatórios de Instituições como o Centro de Documentação Dom Balduino, da Comissão Pastoral da Terra (2023) e o Dossiê Vidas em Luta (2016). Em contraposição, uma série de articulações de movimentos sociais, organizações de defensores e defensoras buscaram empreender estratégias de resistência, valendo-se também de instrumentos de denúncia regionais e internacionais existentes.

Essas estratégias, como demonstra o estudo, transpõem justamente o território onde as violações são cometidas, o que chama atenção para a necessidade de se buscar mecanismos extraterritoriais para a regulamentação da atividade empresarial que também se organiza transnacionalmente e que tem, justamente por essa configuração, recursos para escapar do espectro de responsabilização das jurisdições onde as violações ocorrem. O trabalho apresenta, desta forma, o avanço da chamada agenda internacional de “Direitos Humanos e Empresas” e seu reflexo no Brasil, desde as Declarações Tripartite da OIT, passando pelas Diretrizes da OCDE, aos consagrados Princípios Orientadores das Nações Unidas, adotados em 2011, como pelo processo de negociação do Tratado Internacional sobre Empresas e Direitos Humanos, iniciado após a adoção da Resolução 26/9 de 2014 do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, e que já caminha para a sua décima rodada de negociação. Como grande novidade, e parte de um projeto corporativo que visa esvaziar os esforços para o aprimoramento do Tratado, verificamos também as novas Leis de Devida Diligência em pauta, como a Lei Francesa de 2017, a Lei Alemã, de 2023, e a Nova Diretiva Europeia que deve ser aprovada em 2024.

No Brasil, por sua vez, houve a publicação, sem nenhuma participação popular, do Decreto n. 9571/2018, revogado, no atual governo, pelo Decreto n. 11.772, de 9 de novembro de 2023; a Resolução n. 5 de 12 de março de 2020 do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), e o Projeto de Lei n. 572/2022, em negociação no Congresso Nacional, que “cria a lei marco nacional sobre Direitos Humanos e Empresas e estabelece diretrizes para a promoção de políticas públicas no tema”, inspirado, tanto no aprendizado das lutas e enfrentamentos de violações de Direitos Humanos cometidas por empresas, como na Resolução n. 5 do CNDH e nas propostas dos movimentos e organizações sociais  que incidem na negociação do Tratado Internacional.

Tendo em vista as diferentes e persistentes modalidades de violações de Direitos Humanos retratadas no trabalho, tais como atentados contra a vida e a integridade pessoal; violação de domicílio; atividades de inteligência e espionagem direcionadas a defensoras e defensores de direitos humanos; prisões arbitrárias e criminalização de defensores e de movimentos sociais por meio de processos judiciais injustos dentre outras, intensificadas pela crise política no Brasil, a partir de 2016, buscou-se exemplificar a dificuldade de responsabilização das empresas e empreendimentos, a partir  de estudos de caso em Belo Monte, PA; Pequiá de Baixo, MA e Mariana, MG.

Por fim, tais estudos permitiram a proposição de recomendações, dentre as principais estão:  Reconhecer publicamente a importância da atuação de defensoras e defensores de direitos humanos na busca pela efetivação desses direitos; promover a conscientização popular sobre o trabalho desenvolvido por defensores de direitos humanos através de veículos de informação oficiais do governo e mídia; aprova a Lei Marco (PL 572/2022); participar ativamente da negociação do Tratado vinculante de Empresas e Direitos Humanos, em prol de um conteúdo que conceda o devido protagonismo e proteção aos atingidos e atingidas por violações, assim como a seus defensores e defensoras; ratificação do Acordo de Escazú; fortalecer programas de proteção aos defensores de direitos humanos em âmbito federal e estadual, garantindo sua qualificação e continuidade; fomentar a pesquisa sobre a atuação de defensores de direitos humanos, dentre outras.

O documento pode ser encontrado em https://sementesdeprotecao.org.br/responsabilizacao-de-empresas-e-a-protecao-de-defensores-as-de-direitos-humanos/

Também disponível em https://periodicos.ufjf.br/index.php/HOMA/article/view/43482/27152

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Teorias conspiratórias e estigmas distorcem percepção sobre ONGs na internet

Segundo estudo da FGV, extrema direita é principal responsável por espalhar desinformação sobre trabalho das entidades

Por: Folha de São Paulo

VICTÓRIA PACHECO

 

Teorias conspiratórias, desinformação e estigmas pautaram o debate sobre organizações não governamentais (ONGs) nas redes sociais dos brasileiros em 2023. A conclusão é de um levantamento realizado pela Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O estudo analisou publicações nas principais plataformas digitais —Facebook, Instagram, X, YouTube, WhatsApp e Telegram— de janeiro a outubro daquele ano. Só no Facebook, o tema gerou 12,5 milhões de interações.

O sentimento geral em relação às ONGs foi negativo: no X, 63% das menções tiveram teor crítico. De acordo com a pesquisa, setores da direita e da extrema-direita influenciaram a percepção do público sobre o assunto.

“Parte considerável do debate está associada à polarização política do país”, afirma Renato Contente, pesquisador envolvido no estudo. “Discursos negacionistas de ordem científica, ambiental e climática, teorias da conspiração e agendas anti-LGBTQIAP+s, por exemplo, são elementos evocados em críticas a ONGs.”

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Voluntários distribuem marmitas para moradores na comunidade de Heliópolis, em São Paulo (SP) – Ronny Santos/Folhapress

Os ataques, em sua maioria, foram feitos por perfis vinculados à extrema-direita. “Denúncias sem evidências a respeito de tráfico sexual e de órgãos de crianças, associação criminosa com milionários e governos estrangeiros e suposta conivência do atual governo em relação a esses alegados crimes compõem o cenário de desinformação”, explica Contente.

Nas postagens analisadas pela pesquisa, ONGs são associadas à prática de esconder ilegalidades. A percepção negativa é comumente externalizada por meio de expressões depreciativas como “ONG de fachada”, “ONG obscura”, e “Estado paralelo”.

Relação entre ONGs e governo

De acordo com o estudo, prevalece na internet a ideia de que ONGs seriam vinculadas à esquerda e ao governo Lula. Alguns perfis espalham acusações falsas de que o governo apoia supostas práticas criminosas das entidades.

Além disso, a politização da discussão fica evidente em publicações sobre organizações ambientais com atuação na Amazônia. Nesse sentido, são levantados argumentos a respeito da aderência do governo ao “globalismo”.

As críticas às entidades se intensificaram durante a CPI das ONGs. Por exemplo, no dia 30 de junho de 2023, houve um pico de postagens em páginas vinculadas a grupos de direita. Elas utilizaram trechos de uma sessão da CPI para questionar a atuação das organizações no território amazônico.

Foram observadas, ainda, acusações de que as entidades fariam espionagem e interferências em obras governamentais.

Perspectivas de mudança

Os dados são mais animadores do lado de fora das telas. A Pesquisa Doação Brasil 2022, realizada pelo Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) mostra que, para 31% dos entrevistados, ONGs são confiáveis e deixam claro o que fazem com os recursos que recebem.

Outros 67% acreditam que elas são necessárias para ajudar no combate a problemas sociais e ambientais.

O sentimento positivo é mobilizado por menções a ONGs com iniciativas que envolvem cursos profissionalizantes, oportunidades de acesso a emprego e a lazer, e campanhas de arrecadação para causas como a ajuda a refugiados e assistência a animais abandonados. O nicho voltado às causas animais foi o que mais engajou percepções positivas.

É por isso que o estudo da FGV ressalta a relevância de iniciativas como a Sociedade Viva, lançada neste ano por um grupo de organizações do terceiro setor. Com o objetivo de aproximar a população brasileira das ONGs atuantes no país, o projeto traz visibilidade sobre a atuação e o impacto dessas instituições.

“Em um ambiente menos contaminado por campanhas difamatórias e fake news, notamos que a visão é diferente”, afirma Christiane Sampaio, coordenadora da Sociedade Viva.

“Ainda assim, temos um trabalho importante a ser feito para mostrar a realidade desse universo que impacta positivamente a vida da população, gerando renda e emprego e contribuindo para uma sociedade mais justa.”

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ANTRA torna pública a pesquisa Dossiê TransBrasil

A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), torna pública a pesquisa “Dossiê TransBrasil: Um olhar acerca do perfil de travestis e mulheres transexuais no sistema prisional”

O objetivo da pesquisa foi conhecer mais de perto a situação de travestis e transexuais em privação de liberdade a fim de identificar estratégias de atuação e incidência voltadas para a proposição de políticas públicas de melhoria da qualidade de vida dessa população, bem como para a redução dos processos de criminalização e incriminação das pessoas trans, assim como promover o debate sobre as violências e violações de direitos humanos enfrentados por essas pessoas em suas experiências no cárcere.

A pesquisa foi possível devido ao empenho e dedicação de Alana Vargas (SE), Jessica Taylor (SE), Natasha Wonderful (PA), Yuna Vitória (BA), Deborah Sabará (ES), Janaina Castro (PE), Barbara Pastana (PA), Cris Stefanny (MS) que foram as responsáveis pelas visitas nas unidades em seus respectivos estados.

A publicação contou com o apoio do Mecanismo Nacional de prevenção e combate a tortura (MNPCT) e do Instituto Internacional sobre raça, igualdade e Direitos Humanos, e está disponível para download gratuito

dossie transbrasil (236 downloads)

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Labora e Fundo Brasil lançam edital para fortalecimento de organizações 

Serão apoiadas 40 organizações, grupos e coletivos, mesmo que ainda não formalizados e/ou que não tenham CNPJ, por um período de até 12 meses. Serão contempladas até 30 propostas de R$50.000,00 no Eixo 01 e outras 10 de até R$100.000,00 no Eixo 02. As inscrições ficam abertas até 07 de fevereiro de 2024, às 18:00 (horário de Brasília).

Conheça os eixos de trabalho: 

Eixo 01 – Propostas voltadas ao fortalecimento e desenvolvimento institucional de organizações de base, que atuam no campo da luta por trabalho digno e/ou proteção social, e são lideradas por trabalhadores e trabalhadoras diretamente afetados pelos processos de precarização e informalidade. 

Eixo 02 – Propostas de incidência política cuja finalidade seja o desenvolvimento ou fortalecimento de normas e políticas públicas mais justas no campo do direito do trabalho e proteção social, a promoção da participação política e o fortalecimento da colaboração e articulação intersetorial entre organizações, movimentos sociais e outros grupos da sociedade civil. 

Atenção: organizações, grupos e coletivos que já são apoiadas pelo Fundo Brasil também podem concorrer.

Edital: https://www.fundobrasil.org.br/edital/fortalecendo-trabalhadores-informais-na-luta-por-direitos-2024/

EM CASO DE DÚVIDAS
As dúvidas serão respondidas somente por e-mail, favor escrever para editaltrabalhoinformal2023@fundobrasil.org.br.

Dúvidas sobre o mecanismo de inscrição serão respondidas pelo e-mail portal.suporte@fundobrasil.org.br.

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Site do C20 está no ar: sociedade civil já pode se engajar nos grupos de trabalho

Está no ar o site do C20, grupo de engajamento da sociedade civil no G20. O site, no endereço www.c20brasil.org, é o caminho para inscrição da sociedade civil nos grupos de trabalho, e para divulgação das atualizações sobre reuniões, encontros e outras atividades. As inscrições para participar dos 10 grupos de trabalho estão abertas até o dia 31 de janeiro.

Os GT que integram o C20 são: 1) Economias justas, inclusivas e antirracistas; 2) Sistemas alimentares, fome e pobreza; 3) Meio ambiente, justiça climática e transição energética justa; 4) Comunidades sustentáveis e resilientes e redução do risco de desastre; 5) Saúde integrada para todas e todos; 6) Educação e cultura; 7) Digitalização e tecnologia; 8) Direitos da mulher e igualdade de gênero; 9) Filantropia e desenvolvimento sustentável; e 10) ODS 16: Governança democrática, espaço cívico, combate à corrupção e acesso à justiça.

Para Alessandra Nilo, coordenadora da ONG Gestos, Soropositividade, Comunicação e Gênero, sherpa do C20 Brasil, o site é um espaço importante não apenas para divulgar as informações sobre o grupo de engajamento, mas também para a conformação dos grupos de trabalho, para registro e inclusão no próprio processo do G20, “dando dando sequência, com isso, ao nosso trabalho de Presidência [Abong] e de sherpa [Gestos] de garantir uma ampla participação da sociedade civil do mundo inteiro no processo de incidência sobre o G20”.

Na programação do C20, três eventos já estão programados: a reunião inicial com todos os grupos de trabalho e Comitê Internacional, no final de março, em Recife; encontro presencial intermediário com todos os grupos de trabalho e Comitê Internacional, com a Terceira Reunião de Sherpas, em julho, no Rio de Janeiro; e a Cúpula do C20, em novembro, também no Rio de Janeiro, junto com a Cúpula do G20.

O G20 conta com 13 grupos de engajamento formados por atores não governamentais que apresentam as demandas e propostas das sociedades dos países integrantes do G20 para incidir nas resoluções governamentais, dentre os quais o C20. Sob a presidência do Brasil em 2024, os grupos de engajamento fazem parte do chamado G20 Social ao lado de outras iniciativas não governamentais. Na estrutura de cada grupo de engajamento há Presidência e Vice-Presidência, e um sherpa.

Os sherpas são uma etnia que vive na região montanhosa do Nepal e que guiam os alpinistas até o Monte Everest. No âmbito do G20, portanto, sherpas são responsáveis por articular o diálogo político entre as organizações da sociedade civil e as representações dos governos.

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Afeto e poder: Abong realiza evento sobre lições de resistência das religiões de matriz africana

Historicamente, os terreiros são espaços de fé, re-existência, diversidade, acolhida e afeto. Os ilês representam a estratégia ancestral do fortalecimento coletivo, da comunidade. Quem chega come e também colabora. Para marcar o Dia de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro) realizamos o debate “AFETO e PODER: as lições diárias de resistência das Religiões de Matriz Africana”. 

O evento contou com a presença de Luciana Bispo, Iyalorisa do Ilé Obá Asè OGODO e Coordenadora do Lar Maria Sininha; Hédio Silva Jr., Advogado, Doutor em Direito pela PUC-SP, Coordenador do Idafro e CEO do Jusracial; Felipe Brito, Doutorando PPGHDL – FFLCH-USP e Baba Ẹgbẹ nile Ode Maroketu Àṣẹ Ọba, que iluminaram as práticas das religiões de matriz africana que foram e ainda são essenciais para sobrevivência do nosso povo e da nossa fé.

O evento, realizado em parceria com o Instituto Pólis, Koinonia e o Ilé Obá Asè OGODO, foi transmitido ao vivo pelo instagram da Abong e contou com o apoio da Ford Foundation e PPM. Veja as fotos! 

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SELECIONADES PARA ELABORAÇÃO DE PESQUISA SOBRE O DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES LGBTQIA+ BRASILEIRAS

O “Projeto Pajubá: Transformando a Gramática Política” tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento institucional de organizações e coletivos LGBTQIA+ por meio de ações de pesquisa, formação e incidência. Uma das principais iniciativas do projeto visa a produção de um relatório de diagnóstico sobre a situação atual dessas organizações no Brasil. Conheça as pessoas selecionadas para o projeto!

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Plataforma MROSC lança estudo sobre Criminalização Burocrática das OSCs

Em parceria com a ELO – Ligação e Organização, Cáritas Brasileira e financiamento da União Europeia, a Plataforma MROSC lança o relatório “Criminalização burocrática das organizações da sociedade civil”. A obra analisa e demonstra como a burocracia pode representar um instrumento de sufocamento das organizações da sociedade civil. 

A partir de 25 situações concretas,  o estudo propõe reflexões sobre as relações entre o Estado e as organizações da sociedade civil na democracia para pensar novos instrumentos, fluxos e caminhos possíveis, de modo que a institucionalidade se torne um espaço de emancipação e de defesa de direitos com efetiva participação social.

A publicação conta com apresentação escrita pelo membro da diretoria-executiva da Abong e diretor do Instituto Pólis, Henrique Frota. “O que esta publicação revela é que, ao proteger o espaço das OSCs e promover um ambiente regulatório justo e favorável, podemos garantir que essas organizações continuem a desempenhar um papel essencial na construção de um mundo mais justo e inclusivo”.

Para acessar a publicação na íntegra, acesse: AQUI

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CESE lança livro sobre experiências de juventudes do nordeste na luta por direitos

A obra “Cá entre Nós – Experiências de juventudes do Nordeste na luta por direitos”, realizada pela CESE com apoio de DKA Áustria Dreikönigsaktion – Hilfswerk der Katholischen Jungschar) e com a colaboração da agência Pão para o Mundo (Brot für die Wel). traz um retrato sobre as conquistas e os desafios das juventudes, do campo e da cidade, de diferentes territórios do Nordeste. 

O texto traz um registro das reflexões e aprendizados, de 15 organizações, compartilhados durante um encontro realizado em 2023 na cidade de Salvador, Bahia. A publicação se configura como uma ferramenta política de formação e de luta, para denúncia de violações e afirmação de direitos das juventudes camponesas, indígenas, pesqueiras, quilombolas, de fundo e fecho de pasto, moradores/ as de periferias urbanas, jovens mulheres, juventude negra, LGBTQIA+ e de diferentes expressões de fé.

A publicação está disponível gratuitamente no site da CESE: https://www.cese.org.br/publicacao-da-cese-traz-experiencias-de-juventudes-da-regiao-nordeste-nas-lutas-por-direitos/

 

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Nota pública do CNLGBTQIA+ em relação as acusações feitas pela Rede Trans Brasil

O Conselho Nacional LGBTQIA+, representado por suas diversas organizações comprometidas com a promoção e defesa dos direitos da população LGBTQIA e órgãos do governo brasileiro, vem a público contestar as acusações absurdas e infundadas advindas da presidência da Rede Trans Brasil através de comunicação feita à Secretaria Nacional LGBTQIA+ que visam construir narrativas no intuito de deslegitimar as instituições que compõem o CNLGBTQIA+.

As dezenove organizações da sociedade civil integrantes e representações do governo, além de exigirem respeito, são legítimas, reconhecidas publicamente por suas atuações em prol da comunidade LGBTQIA+ e foram selecionadas conforme critérios definidos no Edital no 1, de 26 de abril de 2023, e não deveriam ter sua participação neste conselho contestadas por quem não deseja manter diálogo respeitoso, democrático e franco, e opta por acusações graves que não encontram respaldo na realidade ou em fatos comprobatórios.

Ressaltamos que a primeira composição do CNLGBTQIA+ foi estabelecida de maneira criteriosa, considerando diversos elementos, como o tempo de atuação, abrangência, participação prévia em conselhos nacionais, além de assegurar a representatividade equilibrada dos diferentes segmentos da comunidade LGBTQIA+. O processo de seleção foi conduzido com rigor, garantindo a legitimidade das organizações presentes e ratificado pelo Ministro dos direitos humanos e cidadania.

O CNLGBTQIA+ reitera seu compromisso em promover a participação social, mantendo diálogo constante com as organizações que, embora não tenham integrado o CNLGBTQIA+ no primeiro biênio, continuam sendo valorizadas e engajadas na busca pelos direitos humanos. O processo eleitoral, a partir do segundo biênio, reforçará ainda mais a transparência na composição do conselho e às instituições que não estão na atual composição poderão pleitear a participação em outras oportunidades.

Convocamos todas as pessoas comprometidas com a luta pelos direitos LGBTQIA+ a permanecerem atentas às tentativas de deslegitimarão deste espaço, compreendendo que tais ações buscam enfraquecer um órgão vital para o diálogo com o governo e a representação social da comunidade. Juntes, resistiremos contra qualquer ameaça à nossa luta mobilizada, repudiando métodos que visam minar os avanços conquistados.

Brasília-DF, 09 de Dezembro de 2023.

Disponível em: https://www.gov.br/participamaisbrasil/nota-publica-do-cnlgbtqia-em-relacao-as-acusacoes-feitas-pela-rede-trans-brasil-

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