Secretaria do Calor: quem lida com o clima das cidades

Por: Nexo Jornal

 

Governos de Miami, Santiago e Freetown criam novos postos para enfrentar efeitos do aquecimento global. Ideia é mitigar impactos em setores de saúde, energia e obras

 

Mulher com roupas pretas, segurando uma sacola, segura com a outra mão um pano azul em torno da cabeça. O dia está ensolarado.
FOTO: LOUIZA VRADI/REUTERS – 1º.JUL.2021

Com a intensificação das mudanças climáticas, prefeituras de cidades como Miami, nos Estados Unidos, Santiago, no Chile, e Freetown, em Serra Leoa, criaram um novo cargo no governo municipal: o chamado “chief heat officer”, ou secretário de Calor, cujo trabalho é enfrentar os efeitos do aumento das temperaturas no ambiente urbano.

Financiados por duas iniciativas internacionais do terceiro setor, esses secretários lidam com um problema cada vez mais frequente. Ondas de calor afetam grupos vulneráveis nas cidades e têm impactos em setores como os de saúde, energia, construção e hídrico.

O Nexo explica o que são as Secretarias de Calor, como elas foram criadas em algumas cidades e quais são suas vantagens e limitações. Mostra também qual o estágio desse tipo de discussão no Brasil e que outras medidas prefeitura podem adotar para enfrentar o problema.

O que são as secretarias

Segundo texto da Extreme Heat Resilience Alliance (Aliança pela Resiliência ao Calor Extremo) e a fundação Arsht-Rock, organizações internacionais que impulsionaram a criação das Secretarias de Calor, a ideia é que esse tipo de órgão unifique políticas municipais contra o problema do calor extremo.

Esse trabalho inclui aumentar a conscientização dentro do poder público sobre os riscos das ondas de calor, identificar as comunidades e os bairros mais vulneráveis ao aumento das temperaturas e coordenar projetos de redução de risco de calor no longo prazo, entre outras medidas.

Homem está curvado sobre muro baixo, colocando tijolos. Atrás dele, no canteiro de obras, há mulheres e outros homens.
FOTO: ADNAN ABIDI/REUTERS – 02.MAI.2022

Seis cidades criaram o cargo de secretária de Calor — até agora, há apenas mulheres — desde a criação da iniciativa, em 2021: Miami, Santiago, Freetown, Melbourne (na Austrália), Monterrey (no México) e Atenas (na Grécia). Em 2022, a então secretária de Atenas, Eleni Myrivili, deixou o cargo para assumir o posto de Global Chief Heat Officer no ONU Habitat (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos).

Entrevistada em 2022, quando ainda estava em Atenas, pelo jornal Folha de S.Paulo, Myrivili disse que, no cargo, trabalhou em projetos para redesenhar áreas verdes na cidade, treinou pessoas para ajudar grupos mais vulneráveis ao aumento das temperaturas e reuniu cientistas para classificar e dar melhores respostas às ondas de calor.

Eugenia Kargbo, secretária de Calor de Freetown, listou ao jornal americano The New York Times outras atribuições do cargo. Entre as medidas que seu escritório adotou, está a construção de coberturas em mercados ao ar livre para proteger vendedores expostos ao sol, por exemplo. Kargbo também planeja pôr telhados brancos (que refletem o calor, em vez de absorvê-lo) nos prédios da cidade e substituir lixões ilegais por espaços verdes.

Homem em pé ao lado de tenda de acampamento em frente ao mar
FOTO: CHAD HIPOLITO/REUTERS – 28.JUN.2021

Segundo a Arsht-Rock e a Extreme Heat Resilience Alliance, os secretários de Calor são nomeados pelas autoridades do município. Depois disso, as organizações passam a apoiá-los com recursos e conhecimento para implementar políticas públicas.

O que motivou a criação do cargo

Esses cargos foram criados depois que cidades como Atenas, Freetown e Melbourne aumentaram a preocupação com os efeitos das ondas de calor e do aumento generalizado das temperaturas médias no contexto da mudança climática.

Ondas de calor são períodos de alguns dias que registram temperaturas máximas superiores à média comum para a época. Segundo relatório de 2021 do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU), com a mudança do clima esse fenômeno tende a ser mais intenso e frequente.

Relatório divulgado pela Organização Mundial Meteorológica em novembro mostrou que o período de 2015 a 2022 pode ter sido o mais quente da história. Projeções mostram que mais de 3,5 bilhões de pessoas vão ser afetadas por ondas de calor até 2050, metade delas nas cidades.

Calor_Paris
FOTO: PHILIPPE WOJAZER/REUTERS – 05.06.2015

Segundo Henrique Frota, coordenador-executivo do Instituto Pólis, esse cenário pode ter diversos impactos no ambiente urbano. Além de intensificar as chamadas ilhas de calor (fenômeno de áreas urbanas causado pela densidade de construções e poluição), o aumento das temperaturas pode deteriorar construções — como os edifícios e as ruas asfaltadas, que podem rachar — e sobrecarregar o sistema de saúde:

“Ondas intensas de calor provocam danos à saúde, como desidratação, e afetam principalmente faixas etárias mais vulneráveis, como crianças e idosos. Outra camada bastante vulnerável é a população de rua, que não tem acesso a abrigos com conforto térmico” Henrique Frota, coordenador-executivo do Instituto Pólis, em entrevista ao Nexo

“Quanto maior a onda de calor, também é maior o consumo de energia para refrigeração de ambientes e até mesmo de alimentos”, disse. “Esse consumo impacta todo o sistema: há mais demanda por energia, a tarifa pode aumentar, e também pode crescer a demanda por construção de novas termelétricas e hidrelétricas, que têm impacto ambiental.”

Outra consequência desse cenário aparece no setor hídrico. Quanto maior o calor, maior também é o consumo doméstico de água, segundo Frota. Esse consumo, por sua vez, pode sobrecarregar os reservatórios que abastecem as cidades.

Quais as vantagens e limitações do cargo

Para as organizações que apoiam a criação de Secretarias de Calor, esse cargo resolve uma limitação de governos municipais do mundo todo: a falta de uma resposta unificada aos problemas causados pelo aumento das temperaturas. Segundo elas, embora muitas cidades tenham departamentos que possam elaborar políticas para a área (como secretarias de Meio Ambiente, Saúde e Obras), seus esforços ainda são dispersos.

Frota disse ao Nexo que criar uma secretaria voltada só ao calor pode ser interessante em casos como o de Atenas, já que a Grécia é um país vulnerável a incêndios florestais causados pelo aumento das temperaturas. Apesar disso, ele diz que não vê a mesma necessidade em países como o Brasil.

Pessoas dormem em tatames no chão em albergue
FOTO: MARANIE STAAB/REUTERS – 27.JUN.2021

“Estamos falando de um tema [o calor] necessariamente interdisciplinar e intersetorial”, disse ao Nexo. Para ele, a distribuição das políticas públicas em diferentes secretarias é um ganho, não um obstáculo para enfrentar o problema, como sugerem as organizações que defendem a criação de uma secretaria própria.

Frota também afirmou que órgãos voltados ao calor têm a limitação de não parecerem tratar da causa do problema do calor extremo, que é a mudança climática. “[Essa secretaria] cuida de uma consequência particular, específica. Mas, quando falamos de mudança climática, não falamos apenas de ondas de calor, mas de outros fenômenos”, disse.

Segundo esse raciocínio, criar uma secretaria de Mudança Climática poderia fazer mais sentido no contexto das cidades brasileiras. Frota também disse que o tema poderia inspirar a criação de planos municipais de adaptação à mudança do clima — com ou sem uma secretaria voltada para isso — e ser incorporado ao plano diretor:

“Como é uma lei de desenvolvimento urbano, que trata das construções, o plano diretor pode ajudar a resolver o problema das ilhas de calor, por exemplo. Esse não pode ser um tema só para a lei ambiental. Tem que ser incorporado às ferramentas que já existem do planejamento urbano” Henrique Frota, coordenador-executivo do Instituto Pólis, em entrevista ao Nexo

Qual o estágio do debate no Brasil

Frota disse não conhecer secretarias municipais brasileiras voltadas ao calor. Enquanto isso, pouquíssimas cidades têm uma Secretaria de Mudança Climática. Entre elas, estão Niterói (RJ) e São Paulo, que têm pastas do Clima separadas das de Meio Ambiente, e o Rio de Janeiro, que tem uma Secretaria de Ambiente e Clima.

Tainá de Paula, titular da pasta do Rio, disse ao Nexo que um dos principais objetivos da secretaria é criar uma agenda de adaptação aos extremos climáticos (como inundações) nas favelas e periferias. Quanto ao calor, ela diz querer criar um plano de descarbonização da economia da cidade, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa locais e evitando que as temperaturas aumentem ainda mais.

Pessoas dormem espalhadas no chão, em uma área grande, debaixo de uma ponte. No primeiro plano, de costas, no centro da imagem, um homem caminha.
FOTO: ADNAN ABIDI /REUTERS – 02.MAI.2022

“No fim de semana [5 de fevereiro] o Rio bateu recorde — não só de calor, mas de sensação térmica”, afirmou. “Do ponto de vista prático, isso não é apenas um incômodo, mas altera as possibilidades de uso do espaço público. Realizar as atividades econômicas em determinados dias debaixo do sol é quase impossível.”

Segundo ela, descarbonizar a economia do Rio tem desafios como a dependência da cidade do setor de petróleo e gás, um dos que mais contribuem para a mudança climática. Apesar disso, ela disse ser possível reduzir emissões em áreas como a de resíduos sólidos — ou seja, manejando melhor o lixo na cidade — e de combate ao desmatamento no município.

Outro desafio é o diálogo com outros entes federativos. “A agenda climática tem que estar no debate nacional”, disse. “Precisa, sim, de articulação e construção local [de políticas públicas], mas também precisa haver corresponsabilidade entre os entes. É muito importante ter uma agenda [de combate à mudança do clima] metropolitana, ou também uma discussão sobre governança climática a nível nacional, para todas as cidades.”

Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2023/02/12/Secretaria-do-Calor-quem-lida-com-o-clima-das-cidades
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Você sabia que a Caatinga é uma floresta?

Por: Centro Sabiá

A Caatinga ocupa 11% do território nacional, é muito rica em biodiversidade e muito eficiente em absorver CO2. Considerada o único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga atualmente está ameaçada por um desmatamento crônico, ilegal e alinhado com práticas econômicas pouco sustentáveis.

De acordo com o MapBiomas, a Caatinga teve perda de vegetação primária de 15 milhões de hectares entre 1985 e 2020, o que representa mais de 26% da floresta. Quase que a totalidade da Caatinga no Brasil está classificada entre as Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD), sendo 112 municípios (9%) já quase desertos.

Além disso, a Caatinga que resta está mais seca. O levantamento mostrou um decréscimo de 40% nos cursos de água natural que fluem pela região.

Onde tem vegetação, tem água. E onde tem água, tem vida. Derrubar árvores sem reflorestar é o acelerador do aquecimento global. Não tem pra onde correr: se desmatar, o clima vai piorar.

Preservar nossas florestas é um dever de todos e todas. Salve a floresta do Semiárido. Salve a Caatinga!

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quem está mais exposto a riscos ambientais nas cidades

Por: Pólis

População negra e famílias de baixa renda são mais  expostas a riscos ambientais em SP, Recife e Belém, mostra estudo

Estudo do Pólis mostra que, nas cidades de São Paulo (SP), Recife (PE) e Belém (PA), os efeitos da crise ambiental se manifestam de forma territorialmente desigual, impactando desproporcionalmente pessoas negras, famílias de menor poder aquisitivo e domicílios chefiados por mulheres com renda de até um salário mínimo. Confira o estudo completo aquiClique aqui para conhecer o estudo completo.

A equipe de pesquisa analisou indicadores sociais das três capitais e bases de dados para compreender quem são e onde vivem as populações mais afetadas por riscos ambientais agravados pelas mudanças climáticas. Padrões de renda, raça/cor da pele, gênero e local em que se vive definem quem são as pessoas mais vulnerabilizadas a eventos intensificados pela crise ambiental, como inundações e deslizamentos de terra.

Os mesmos grupos populacionais, de acordo com os dados da pesquisa, também são os mais afetados por problemas de saúde coletiva, como surtos epidemiológicos de veiculação hídrica ou vetorial, decorrentes da precariedade dos sistemas de fornecimento de água e tratamento de esgoto e amplificados pela crise climática.

A pesquisa mostra que essa maior exposição a riscos da população vulnerabilizada se repete nas três capitais analisadas, levantando a questão que o problema se repete em diferentes contextos urbanos brasileiros, e revelando sua relação com os modelos desiguais de urbanização, assim como a negligência sistêmica do poder público em planejar e intervir nas situações de maior precariedade.

Para entender o tema e sua relação com a baixa representatividade na política,

clique aqui e conheça o estudo completo.

 

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Sociedade civil forte para revigorar democracia de instituições frágeis

Por: Folha

Flávia Pellegrino

Jornalista, mestre em ciência política e coordenadora-executiva do Pacto pela Democracia

Alianças devem se manter ativas, pois a batalha da reconstrução será longa

“As instituições estão funcionando?” Este é um questionamento que emerge legítima e reiteradamente diante do ambiente antidemocrático que ganhou corpo no Brasil ao longo dos últimos anos. O evento golpista de 8 de janeiro, que completa um mês nesta quarta-feira (8), permitiu-nos afirmar em pleno paradoxo: sim e não. Afinal, se as instituições democráticas operassem em sua plenitude, os ataques explícitos e sistemáticos à ordem democrática teriam sido interrompidos em suas origens. A resposta ao mais grave atentado contra nosso regime democrático, porém, gerou respostas imediatas e enérgicas das autoridades competentes, reavendo a postura rígida e necessária em defesa do Estado democrático de Direito em um dos momentos mais críticos da vida política brasileira.

O sistema democrático resistiu, mas sua fragilidade nunca foi tão flagrante. Do ponto de vista institucional, a debilidade é tamanha que nem as sedes dos Três Poderes da República tiveram sua integridade garantida. Sob a perspectiva das relações sociais, as fissuras aprofundaram-se de tal maneira que hoje temos um abismo intransponível caso valores e práticas elementares da cultura democrática não voltem a alicerçar nossa construção política e social.

Passado um mês da intentona bolsonarista, é possível avaliar que as prontas reações institucionais foram capazes de conter uma ruptura democrática e lidar com seus aspectos emergenciais. E daqui em diante? Os desafios da reconstrução democrática no país são múltiplos, multidimensionais e exigirão esforços no longo prazo.

Mas, em um cenário em que as instituições vacilam e são objeto de profundo descrédito por parte da população, a força propulsora desse processo reside em outro ator relevante nesta equação: a sociedade civil. Além de sua centralidade histórica na nossa construção democrática, hoje a diversidade de atores e setores que a compõem dispõe de uma capacidade ampliada de cooperação e coordenação de ações, fruto da trincheira que criamos em defesa da democracia nos últimos anos.

Neste novo ciclo democrático, será importante que as alianças se mantenham firmes e ativas, pois a batalha pela reconstrução e consolidação dos pilares democráticos será longa. Caberá à sociedade civil a consciência de que um governo comprometido com a democracia não garante estabilidade e enraizamento democráticos, muito menos é suficiente para lidar com a ascensão de uma extrema direita abertamente golpista e os desafios dos processos de desinformação que minam o ambiente democrático do país.

Para além da retomada da atuação positiva nas agendas de políticas públicas, expansão de direitos e inclusão social, os esforços da sociedade civil também seguirão voltados à estrutura do sistema democrático, mirando os aspectos institucionais e sociais que necessitem transformação, fortalecimento e proteção para, assim, recobrar o caminho em direção à democracia que desejamos e merecemos ter.

A saída será não baixar a guarda, mas também ser capaz de olhar adiante e construir o futuro. Conjugar ações de defesa às investidas antidemocráticas que seguirão emergindo do bolsonarismo e estratégias de médio e longo prazos que robusteçam as instituições, aprimorem nosso sistema político, criem mecanismos efetivos de salvaguarda do regime democrático, resgatem princípios republicanos e promovam o enraizamento dos valores e práticas da cultura democrática, como a disposição ao diálogo, a valorização do pluralismo e o exercício da tolerância.

Para a sociedade civil, será chave não subestimar os aprendizados do passado. Se uma certeza deriva da recente experiência brasileira é a de que a democracia é constante construção e de que não há qualquer garantia de sua existência e qualidade se ela não for ativa e permanentemente cultivada, fortalecida, idealizada, aprimorada e defendida. E, das experiências antidemocráticas do passado, emerge a convicção de que só há construção democrática sólida no futuro se formos capazes de olhar para trás e encarar com seriedade o processo de verdade, memória e justiça.

Fotografia Por: Gabriela Biló/ Folhapress

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Conectas completa 20 anos e lança publicação com histórias de personagens centrais na trajetória da organização

Por: Conectas

Lançada no Dia Internacional dos Direitos Humanos, publicação “Conectas 20” reúne perfis de ativistas que colaboraram para que a Conectas se tornasse referência do Sul Global

A Conectas celebra 20 anos de existência em 2021. E 20 trajetórias de personagens centrais destas duas décadas mostram como a organização tornou-se peça-chave na consolidação de um movimento de direitos humanos inovador e agregador de diferentes atores que transformam realidades sociais no Sul Global. 

As histórias de fundadores, ex-colaboradores e parceiros da organização estão reunidas na publicação “Conectas 20”, lançada nesta sexta-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Coordenada pela jornalista Fernanda Mena, e com textos de Maria Brant, Maria Carolina Trevisan e Fabiana Moraes, a publicação tem em suas primeiras páginas o perfil da economista egípcia Malak El Chichini (clique aqui para ler o perfil completo), co-fundadora da Conectas e diretora-executiva entre 2005 e 2011. A ex-alta funcionária da ONU conta no livro que o grande sonho dos fundadores da organização era conectar a sociedade civil brasileira e de outros países do Sul Global aos sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos.

Em seu perfil no livro, o advogado Oscar Vilhena Vieira (clique aqui para ler o perfil completo), co-fundador da Conectas e o principal parceiro de Malak nesta jornada, diz que o principal motor de criação da organização está na leitura de que existia um grande desequilíbrio no eixo Norte-Sul no campo dos direitos humanos. A Conectas, portanto, nasce para mostrar que as trocas de experiências entre os países do Sul são importantes e produtivas. “O que nos fez criar a Conectas foi essa percepção de que precisávamos de organizações mais fortes no Hemisfério Sul para vocalizarmos a nossa visão daquilo que estava acontecendo aqui”, diz. 

Com este espírito, em maio de 2001, o primeiro Colóquio Internacional de Direitos Humanos antecedeu a criação da organização; “um encontro de uma semana em São Paulo colocou em contato jovens ativistas dos países de língua portuguesa, unindo África e Brasil”, como mostra a publicação dos 20 anos. Até o momento, o Colóquio já teve outras 16 edições.

De fundadores a parceiros dos movimentos de base

Além de Malak El Chichini e Oscar Vilhena Vieira, as outras pessoas que contam suas histórias e como seus caminhos se cruzam com a Conectas são: Custódio Duma (advogado e ativista moçambicano),  Débora da Silva (co-fundadora do Movimento Mães de Maio), Denise Dora (diretora-executiva da Artigo 19), Sandra Carvalho (coordenadora da Justiça Global e ex-conselheira da Conectas), Lucia Nader (ex-diretora da Conectas), Eloísa Machado de Almeida (ex-coordenadora de Litigância Estratégica da Conectas), Frans Viljoen (diretor do Centro de Direitos Humanos da Universidade de Pretória, Otto Saki (oficial de programas da Fundação Ford na África do Sul), Clément Nyaletsossi Voule (relator especial das Nações Unidas sobre Liberdade de Reunião e de Associação), Haris Azhar (diretor do Escritório de Advocacia Lokataru e ex-diretor da ONG Kontras) e Thiago Amparo (professor da FGV e ex-editor da Revista Sur).

“Conectas 20” segue suas páginas com Douglas Belchior (co-fundador da Uneafro Brasil), Padre Paolo (diretor da Missão Paz), César Rodríguez-Garavito ( presidente e diretor do Centro de Direitos Humanos e Justiça Global da Escola de Direito da NYU, foi diretor da ONG DeJusticia), Jorge Ferreira dos Santos (dirigente da Adere-Articulação dos Empregados Rurais do Estado de Minas Gerais), Ishtar Lakhani (consultora em ativismo criativo), Shyrlei Rosendo (coordenadora na Redes da Maré) e Samara Pataxó (assessora jurídica da Apib-Articulação dos Povos Indígenas do Brasil). 

Pluralidade é marca da Conectas 

Para Juana Kweitel, diretora da Conectas, “o livro evidencia a pluralidade de pessoas que construíram e ainda constroem a organização. Pessoas com trajetórias distintas que encontram na Conectas um espaço potente para falar e serem ouvidas. A Conectas, desde sua fundação, é um lugar de encontro daquelas e daqueles que lutam pela efetivação dos direitos humanos. E isso nos dá muito orgulho.” Ainda de acordo com ela, “olhar para esta história é importante e inspirador, especialmente neste momento em que se exige um alinhamento de vozes na defesa dos direitos e da democracia no Brasil.”

Na publicação, os 20 perfis são acompanhados por um prefácio de Theo Dias, presidente do Conselho Deliberativo da Conectas, uma linha do tempo com os principais marcos da Conectas e dos direitos humanos no Brasil e no mundo nas últimas duas décadas e as impressões, expectativas e sonhos da atual equipe sobre o presente e para o futuro da Conectas.

Leia a publicação completa: 

 

 

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Abong Na Criação do Conselho de Participação Social

A Abong esteve presente durante a criação do Conselho de Participação Social! 📣

O decreto assinado pelo presidente Lula instituiu o órgão que será fundamental na reconstrução das políticas públicas do país, reabrindo o diálogo do governo federal com os movimentos populares. ✅

👉🏾 Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, a pastora Romi Bencke, integrante do nosso Conselho de Ética, e Secretária-Geral do Conic, organização associada e parceira, representou a Abong em seu discurso, que denunciou o processo de criminalização que as OSCs e movimentos sociais enfrentaram nos últimos anos.

‼️O tema foi tratado pela Abong no Relatório de Criminalização Burocrática lançado no 2º semestre de 2022 e disponível no nosso site para download gratuito.

↪️ Assista o vídeo da fala de Romi Bencke na íntegra!

A gente se encontra na luta! ✊🏾

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ANTRA RECEBIDA PELA MINISTRA DAS MULHERES

A Abong esteve presente, à convite da ANTRA, em reunião com a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco @aniellefranco

Onde a ANTRA pode apresentar um panorama sobre a situação de pessoas trans no país, aconteceu também a entrega de uma carta sobre a situação de pessoas trans com recomendações e propostas a serem construídas a partir do ministério.

Estiveram presentes Keila Simpson a (Presidenta da ANTRA), Deborah Sabará (Filiada ANTRA pela GOLD/ES), Bruna Benevides (Secretária de Articulação Política da ANTRA), Sara Wagner York (Colaboradora da ANTRA/UERJ/Tv247), Júlio Mota (Comissão da Diversidade OAB/MG) e Franklin Felix (Abong)

Nos encontramos na luta! ✨

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Nas redes, Nas ruas, Sempre na Luta!

Desde o início de 2020, o mundo tem passado por uma pandemia, gerando não só uma crise sanitária, mas também consequências nas esferas econômicas, sociais e políticas, além do aprofundamento das desigualdades já existentes e violações dos direitos humanos. Durante este período, os movimentos populares e sociais diminuíram – por inúmeros fatores – a presença nas ruas, que historicamente foram palco de protestos e conquistas importantes para todas e todos.

Em 2022, voltamos a nos encontrar neste espaço fundamentalmente político em um momento em que nosso principal pilar – a democracia – estava ameaçada. Entendemos que contra a barbárie, violência e a política de morte (simbólica, humana e ambiental), “tudo que nóis tem é nóis” – como canta o rapper Emicida.

Ocupamos o espaço público, dialogamos com as pessoas, enfrentamos alguns descompassos, mas saímos fortalecidos. Foi um longo caminho ao longo do ano, mas os passos da nossa gente – essa, dos direitos humanos, do respeito às religiões, do antirracismo, do direito de escolha, do bem-viver, da economia solidária, do combate á LGBTQIA+fobia, da democracia radical – ainda irão mais longe para construir um outro mundo possível.

Janeiro na Abong

Iniciamos o ano na Abong, com o lançamento de um importante projeto para a Abong e para a sociedade civil organizada, o Projeto Sementes de Proteção de Defensoras/es de Direitos Humanos, projeto este que, vem buscando facilitar o diálogo e a troca de experiências, a partir da construção de estratégias para o fortalecimento e valorização da vida e luta de ativistas em todo o nosso país.

O projeto é desenvolvido pela Abong, SMDH, MNDH e We World GVC Onlus, com participação associada da CPT, da ABGLT, AMDH e CIMI. O co-financiamento é da União Europeia. Saiba mais sobre o projeto:  Aqui

Um importante debate marca o lançamento do GT de Direitos Humanos na Abong, espaço que se propõe para a discussão e fortalecimento das estratégias de incidência das organizações da sociedade civil nas pautas de direitos humanos, em âmbito nacional e internacional. Confira o webinário “Pandemia, o Aumento das Desigualdades e os Direitos Humanos”:  Aqui

Ainda no mês de janeiro, em iniciativa do Projeto Novos Paradigmas, a Abong, o Ibase e ISER Assessoria, lançam a primeira temporada do Podcast Nossos Saberes, uma série, que conta com 10 episódios, e apresenta diferentes experiências pelo Brasil que afirmam que é possível interromper a destruição do Planeta e reconstruir uma sociedade mais justa e sustentável. O lançamento contou com um rico debate: “Novos Paradigmas: Práticas para uma Transição Pós-Capitalista – Lançamento do Podcast “Nossos Saberes”: Confira Aqui

Fevereiro na Abong

Aconteceu no início de fevereiro o Encontro Nacional com o Conselho Diretor da Abong, com uma ampla análise de conjuntura, discutindo os possíveis caminhos para o próximo triênio, enfatizando a necessidade de enfrentamento à pandemia e o combate à fome. 

Ainda em fevereiro, através de um webinário, realizamos o lançamento do Relatório Sementes de Proteção | 2021 – Situação de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos no Brasil, Testemunhos de experiências no enfrentamento à Covid-19. O relatório reúne entrevistas de defensoras e defensores de direitos humanos de diferentes organizações, com memórias e narrativas, sobre o impacto da pandemia de Covid-19 durante 2021. As diversas vozes que ecoam no relatório, reafirmam que lutar por direitos humanos é sempre exigir justiça e fazer a promoção corajosa e permanente de todos os direitos para todas as pessoas. Saiba como foi o lançamento: Aqui e confira o relatório: Aqui

Março na Abong

Começamos o mês de março celebrando o #8M, através de uma forte campanha nas redes e nas ruas, onde estivemos #JuntasNoPoder, mostrando que a democracia se faz real quando todas se fazem cara e coragem! Durante o mês, dialogamos sobre a necessidade do aumento na pluralidade, diversidade e representatividade de corpos e histórias no contexto político de nosso país, lutando pela participação feminina no cenário político, sendo protagonistas das lutas, e ocupando os espaços de poder. Saiba mais como foi: Aqui

Também em março, nos reunimos de maneira online, no Encontro Nacional e Assembleia Abong, onde juntas e juntos elegemos a nova Direção Nacional da organização e também as diretrizes de atuação – com um amplo debate para a definição das estratégias futuras para o fortalecimento da luta e das pautas defendidas pela Abong visando o próximo triênio. Estiveram presentes representantes de organizações associadas e parceiras, financiadores e movimentos sociais interessados na construção de uma sociedade do bem viver, com muitos momentos de trocas, reflexões e artes. Saiba como foi: Aqui

Abril na Abong

Durante o mês de abril, a Abong propôs o diálogo sobre a Lei Geral de Proteção de Dados, através do lançamento do Caderno Abong – Dicas Jurídicas para as OSCs: LGPD – Lei Federal 13.709/2018. Em um compilado de 43 perguntas, cada uma abordará um segmento da Lei Geral de Proteção de Dados, desde o princípio e suas diretrizes ao momento de adequação da sua organização à lei. Confira esta publicação e outros Cadernos Abong: Aqui

A Abong também apresentou a todas e todos, a nova Diretoria Executiva. Eleita no mês de março, através da Assembleia Geral da Abong, as novas representações ocupam o cargo durante o triênio, com muita dedicação e compromisso com a luta pela democracia.

Maio na Abong

De 1 a 6 de maio, aconteceu o Fórum Social Mundial (FSM) que ocorreu este ano, na Cidade do México. A Abong promoveu as mesas “Práticas dos movimentos sociais e os Novos Paradigmas nos processos de transformação rumo à sociedade do bem viver” e “A Resistência Coletiva contra as violências de gênero, racial, territorial, contra mulheres e LGBTQIA+ na América Latina e a proteção de defensores de direitos humanos”. O FSM acabou marcado negativamente pelo triste fato envolvendo a diretora da Abong, Keila Simpson, que foi deportada do país em uma clara demonstração de transfobia e agressividade perante ativistas internacionais, uma vez que companheiros curdos e palestinos também sofreram essas violências ao entrarem no país.

A delegação da Abong presente no evento se reuniu com autoridades mexicanas, bem como com a Comissão de Direitos Humanos do México, exigindo uma retratação do país e denunciando como os Estados, mesmo administrados por governos progressistas, não estão preparados para acolherem corpos dissonantes e ativistas. Neste sentido, junto às organizações do movimento trans no México, organizações palestinas e curdas, realizamos um importante debate durante o FSM, chamando a atenção para as diversas maneiras de agressão dos Estados aos militantes e ativistas.

Entendemos no internacionalismo uma importante ferramenta de combate e denúncia às violações perpetradas pelos Estados nacionais. Assim, internacionalizar nossas lutas é internacionalizar nossa esperança de um novo mundo possível, que acolha todos os corpos, cores e nacionalidades! Confira a fala de Keila Simpson, transmitida durante o Fórum Social Mundial: Aqui

Em maio, aconteceu o Encontro Nacional Proteção Popular de defensoras/es de direitos humanos, do Projeto Sementes de Proteção e Defendendo Vidas, em Brasília. Durante os dias de encontro, organizações da sociedade civil, coletivos e ativistas de todo o Brasil discutiram os próximos passos do projeto, além de realizarem uma ampla análise de conjuntura a partir de seus territórios e áreas de atuação. Saiba como foi o encontro: Aqui

Aconteceu, durante o encontro, o lançamento da cartilha “O enfrentamento da Epidemia de AIDS e a defesa da Democracia”. A diretora executiva da Abong, Keila Simpson, fez uma fala sobre a importância da discussão sobre a política de AIDS e a defesa do SUS. Confira a cartilha: Aqui

Na última semana de maio, aconteceu o “Café e Prosa com Keila Simpson”, que contou com a presença de diversas parlamentares, figuras públicas, imprensa e convidadas da Abong, da ANTRA e ABGLT. O encontro pautou o debate sobre as vivências de homens e mulheres trans e travestis, com um amplo diálogo sobre raça, classe e permanência destes corpos em espaços de decisão política e de incidência. Saiba como foi: Aqui

Junho na Abong

No mês de junho, a Abong lançou a “Viver, Sobreviver, Votar e Vencer” para o mês da visibilidade LGBTQIA+, uma campanha com o objetivo de potencializar nossa atenção para o agora, direcionando nossa força e ação para o voto! Para que assim, consigamos viver, sobreviver e vencer! A Abong está completamente imersa nesta luta e caminha lado a lado – somando cada dia mais para que todas as pessoas possam ter o direito de existir, de ir, vir e construir melhores e maiores vidas.

Como parte da campanha de fortalecimento e visibilidade das pautas LGBTQIA+, a Abong em parceria à Ação Educativa, estendeu o símbolo do movimento no edifício em que funciona a sede da associação em São Paulo. A bandeira de 25 metros de comprimento chamou a atenção da vizinhança e das trabalhadoras e trabalhadores que circulam pela região, trazendo o debate para o espaço público, virando um ponto de muitas selfies e um marco de resistência.

A Abong, representando as associadas, esteve presente na 26ª Parada LGBT+ de São Paulo e na Marcha do Orgulho Trans de São Paulo, entregando leques que animaram a multidão, mas que também levaram informações importantes: o QR Code com a Cartilha de Enfrentamento da Epidemia de HIV e AIDS e Defesa da Democracia.

Julho na Abong

O Relatório Criminalização Burocrática: estratégias político-jurídicas, neoliberalismo e a atuação das organizações da sociedade civil, foi lançado em um evento em parceria ao Forus International, que aconteceu paralelamente ao Fórum Político de Alto Nível da ONU. A apresentação contou com a presença do membro do comitê diretor, Athayde Motta, e a mediação do articulador internacional da Abong, Pedro Bocca. Leia o estudo na íntegra Aqui.

O mês de julho marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, em parceria às nossas associadas e com elaborações a partir dos GTs da Abong, realizamos a campanha “Mulheres negras transformando a realidade por meio das OSCs” para reconhecer o trabalho contínuo de ativistas negras em instituições, grupos e movimentos sociais para a construção de uma sociedade sem racismo, misoginia e radicalmente democrática. Confira a campanha: Aqui

Com a Ação Educativa, levamos este debate ao X FOSPA, realizado em Belém, na mesa “O fazer ativista: Mulheres Negras e Criminalização do Espaço Cívico”. A atividade foi transmitida ao vivo e está disponível no YouTube: Confira Aqui. Já no dia 25, que marca o Dia Nacional de Tereza de Benguela, a equipe da Abong esteve presente para apoiar a Marcha de Mulheres Negras de São Paulo. Saiba como foi: Aqui

Agosto na Abong

O Encontro Nacional da ANTRA, realizado em Niterói, Rio de Janeiro, celebrou os 30 anos da organização e reuniu travestis e pessoas trans politicamente mobilizadas para a construção coletiva de uma agenda que reflita a demanda por direitos da população, assim como apontar caminhos para a incidência política e diálogo intersetorial, o evento recebeu a relatora sobre pessoas Afrodescendentes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Margarette Macaulay, para o debate “Situação das pessoas afrotranscendentes no Brasil”. Saiba como foi: Aqui

Membros do Conselho Diretor da Abong se reuniram em Salvador, Bahia, nos para dialogar sobre processos, estruturar as próximas ações e iniciativas em defesa da democracia e das OSCs brasileiras. Durante o Encontro Nacional do Conselho Diretor da Abong, ocorreu o lançamento da publicação “Nossos Saberes: Práticas para Transformar o Mundo”, que apresenta saberes comunitários que circulam pela promoção da vida com dignidade para todas as pessoas e em respeito à natureza. Confira a publicação: Aqui

Foram dois dias de muita partilha, afeto e cuidado para uma construção coletiva do futuro que buscamos. O evento contou as histórias e vivências de representantes de todas as estaduais da Abong e também com nossas Diretoras e Diretores Executivos. Saiba como foi o encontro: Aqui

Setembro na Abong

No Dia Internacional da Democracia, a Abong coloca no ar sua Agenda em Defesa da Democracia! A página traz os posicionamentos e compromissos necessários antes e depois das eleições para promover a proteção das OSCs e caminhar rumo à radicalização democrática que buscamos. Confira:Aqui

No mês de setembro, a Abong realizou importantes ações de incidência internacional dentro da Agenda Abong na Defesa da Democracia. Ao lado de outras organizações da sociedade civil brasileira, a associação esteve na Europa para uma série de ações que visavam denunciar os ataques ao sistema eleitoral e à democracia, o aumento da violência política e as violações a ativistas e organizações defensoras de direitos humanos no contexto eleitoral brasileiro. Saiba mais:Aqui

Em intervenções pela Cidade de São Paulo, a Abong junto à Ação Educativa e o Instituto Pólis, se uniram na campanha Vote Cidades Justas, construindo a democracia que queremos, dialogando com eleitores sobre a importância de votar em candidaturas plurais e comprometidas com o enfrentamento das desigualdades, saiba como foi:Aqui

A Abong realizou também o encontro ”Amazônia e Democracia: o papel das OSCs na defesa dos territórios e seus povos”, reunindo representantes de organizações socioambientais, indígenas, movimentos sociais e coletivos, LGBTQIA+ e Antirracista para um debate sobre os desafios e caminhos para assegurar os direitos das pessoas e da floresta, saiba como foi: Aqui

Outubro na Abong

Durante o período eleitoral, assistimos ao acirramento da disputa política com a utilização da fé para manipular votos, seja com a divulgação de fake news, com a disseminação de discursos de ódio e até com a coerção de fiéis. São narrativas e ações que não condizem com a verdadeira mensagem que as religiões assumem e propagam. Sabemos que a verdadeira fé não combina com o ódio, mas com a promoção da vida, é por isso que a Abong realizou a Campanha Fé e Democracia – Nossa fé não combina com ódio, que conta com uma série de depoimentos de lideranças religiosas de diferentes denominações, confira:Aqui

Novembro na Abong

Aquilombar a Democracia para radicalizá-la! A luta antirracista e o enfrentamento do estado realizado por pessoas negras foi e continua sendo essencial para a construção daquilo que reconhecemos como democracia. É importante celebrar e iluminar tais contribuições – sistematicamente ignoradas – que começam mesmo antes de Zumbi e Dandara dos Palmares e que continuam ainda hoje nos passos de parlamentares, ativistas e manifestantes.

A Abong realizou a Mesa: “Aquilombar a Democracia”, com a participação de Mônica Oliveira (Rede de Mulheres Negras de Pernambuco), Benilda Bento (Nzinga), Ediane Maria (Deputada Estadual eleita pelo Psol/SP) e Sheila Carvalho (Coalizão Negra por Direitos e Membro da Coordenação do Grupo de Transição para Justiça e Segurança Pública), que dialogaram sobre a centralidade da luta de mulheres negras para a conquista de direitos para todas e todos, combate à opressão e construção de uma sociedade democrática e pautada no bem-viver.

Em novembro, 81 entidades da sociedade civil reunidas em Brasília, apresentam uma Carta Aberta encaminhada ao Grupo de Trabalho – Equipe de Transição do Governo Lula-Alckmin, com as preocupações e demandas urgentes para estancar a destruição social, o aumento das violências e violações de Direitos Humanos e a ameaça autoritária, racista, misógina e lgbtfóbica em curso nos últimos anos desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. Leia a carta na íntegra: Aqui 

Dezembro na Abong

No mês de dezembro, as organizações do Projeto Sementes de Proteção de Defensores e Defensoras de Direitos Humanos se reuniram em seus territórios para atividades do DIA DH. Juntas e juntos fortalecendo a luta! Saiba como foi: Aqui

Abong integra o Conselho de Participação Social do Gabinete de Transição Governamental e se reúne com o Presidente Lula, organizações da sociedade civil, movimentos sindicais e populares. O encontro, que aconteceu em Brasília, faz parte das atividades do Conselho, que conta com representantes da Abong e de associadas, como Fórum Brasileiro de Economia Solidária, ABGLT, Inesc, entre outras 50 organizações. Saiba mais: Aqui

Lançamos a campanha Vozes dos Territórios – do Projeto Sementes de Proteção, com o objetivo de conectar a luta dos territórios através dos relatos de defensoras e defensores de direitos humanos, fortalecendo assim, a experiência de outras organizações e estratégias, para apontar novos caminhos, sobretudo em um ano eleitoral em que a violência política tem ameaçado o fazer democrático.

Para 2023, continuaremos nosso esperançar nas ruas, na recuperação dos espaços de participação popular, no trabalho para a reconstrução democrática do Brasil. Há muito a ser feito, mas as lutas da sociedade civil, movimentos populares, sindicais e sociais, nos mostram que com colaboração, afeto e trabalho, avançaremos rumo a uma sociedade menos desigual e radicalmente democrática. 

 

Nos encontramos na luta!

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Trago seus direitos de volta, sem pedir nada em troca ♥️

Trago seus direitos de volta/Sem pedir nada em troca ♥️

👉🏿 No último domingo antes das eleições, a Abong, @acaoeducativa e @institutopolis, se uniram na campanha #VoteCidadesJustas: construindo a democracia que queremos.

A intervenção na Avenida Paulista conversou com eleitores sobre a importância de votar em candidaturas plurais e comprometidas com o enfrentamento das desigualdades ✊🏾

🗓️ No dia 02/10 vamos renovar o poder legislativo e executivo elegendo pessoas trans, indígenas, negras, LGBTQIA+ e feministas que defendem a democracia e os direitos humanos!

📸: Patrícia França

 

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